VIDA URBANA
Balanço de 2014: câncer de pulmão matou 378 pessoas na Paraíba
Números da SES são de 2014, mas Inca prevê 280 novos casos este ano, que já teve uma morte
Publicado em 30/01/2015 às 9:19 | Atualizado em 27/02/2024 às 17:50
O câncer de pulmão matou 378 paraibanos no ano passado, e neste ano já foi registrado um óbito na Paraíba por conta da doença, segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que na Paraíba poderá haver 280 novos casos da neoplasia até o final de 2015.
O tabagismo é a principal causa da mortalidade, responsável por mais de 90% dos tumores no pulmão.
Já a estimativa do número de fumantes do Ministério da Saúde (MS) é que 11,5% da população paraibana, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) é de 3.943.885 habitantes, usa o cigarro com frequência. Isso quer dizer que 453.546 paraibanos são fumantes.
Para especialistas, a principal causa de câncer de pulmão ainda é o tabagismo, apesar das frequentes campanhas educativas e de conscientização realizadas em todo o país. De acordo com o pneumologista Edivaldo Medeiros, o fumo representa 90% dos casos da doença, uma vez que a cada dez casos, nove estão relacionados ao uso do cigarro, inclusive à exposição passiva ao hábito de fumar.
“Infelizmente, há estudos que comprovam o aumento de casos de câncer de pulmão em pacientes não fumantes, mas que por conviverem com fumantes ativos, acabam ficando expostos às toxinas do cigarro de forma passiva. É como se a cada três cigarros fumados pelo indivíduo ativo, o passivo consumisse um. A fumaça pode durar no ambiente por aproximadamente 4 horas”, afirmou.
Em João Pessoa, a área técnica de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está realizando, desde ontem, a campanha de luta contra o tabagismo, que tem como tema o slogan 'A lei antifumo agora é federal'. O objetivo é chamar a atenção para os cuidados com a saúde e condição dos fumantes, ativos e passivos.
A ação mais forte acontece hoje pela manhã, a partir das 8h, no Ponto de Cem Réis, no Centro da capital, com informações sobre os efeitos do cigarro na qualidade de vida da população, além de oferecer alguns serviços, como teste de espirometria, utilizado para detectar possíveis problemas pulmonares, teste de Fargestron, utilizado para medir o grau de dependência do fumante, apoio psicológico, distribuição de material educativo, além de apresentações artísticas e grafitagem em tela.
Na tarde de ontem, as paredes externas da sede da SMS e do Terminal de Integração do Varadouro, foram grafitadas com desenhos em alusão à lei antifumo, aprovada em 2011 e regulamenta no ano passado em todo o país. Para os dois dias de ações, cerca de 30 profissionais foram mobilizados. As atividades estão sendo realizadas em parceria entre a SES, Sociedade Paraibana de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Unimed e Fundação Nacional da Saúde (Funasa).
O pneumologista da SMS e coordenador do Comitê de Tabagismo da Associação Médica da Paraíba, Sebastião Costa, ressaltou que o maior objetivo da campanha é fortalecer e consolidar a política antitabagismo na capital. “É preciso alertar a população sobre os prejuízos causados pelo cigarro, e essas ações são de suma importância para toda sociedade”, disse. O cigarro é composto por cerca de 4.720 substâncias tóxicas.
PMJP JÁ ATENDEU 1.662 PESSOAS
Para prestar assistência às pessoas que tenham vícios com cigarros, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) dispõe de um serviço especializado para o tratamento do tabagismo. Na rede municipal, 1.662 usuários já foram atendidos, dos quais 743 pararam de fumar.
O serviço para pessoas que querem deixar o cigarro é realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em cada um dos três Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais), localizados nos bairros do Cristo Redentor, Mangabeira e Jaguaribe, ou na Unidade de Saúde da Família (USF), em Mandacaru, e no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) David Capistrano.
O pneumologista Sebastião Costa reforçou que entre as principais doenças causadas pelo fumo, destacam-se além do câncer de pulmão, a enfisema pulmonar, infarto e doenças coronarianas como a angina. “De cada 100 pessoas que desenvolvem câncer no pulmão, 90 são fumantes ativos. Dos que restaram, quatro consomem a droga passivamente”, ressaltou ao acrescentar que o uso do cigarro também causa impotência sexual.
SES
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) também irá participar das ações contra o tabagismo. Para a chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SES, Gerlane Carvalho, o evento vem fortalecer um trabalho já realizado pelo núcleo.
A SES informou que o tratamento contra o câncer de pulmão no Estado é realizado nas unidades Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e Unidade de Tratamento em Oncologia Gilson Guedes (Unacon), sediadas em João Pessoa e Campina Grande.
O Cacon funciona no Hospital Napoleão Laureano, na capital, onde também conta com a Unacon Instituto de Hematologia e Hemoterapia Dr. Gilson Guedes. Em Campina, a população tem a Fundação de Assistência da Paraíba (FAP) e o Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC).
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