VIDA URBANA
Bancários fazem paralisação de 1h em JP e ameaçam entrar em greve
Segundo sindicato, representantes dos bancos não apresentaram sequer uma contraproposta às reivindicações da categoria.
Publicado em 09/09/2009 às 16:35
Da Redação
Com informações da assessoria do sindicato
Os bancários vão retardar nesta quinta-feira (10) a abertura do expediente bancário das agências dos bancos públicos que atuam na capital paraibana, em protesto contra a postura dos banqueiros na mesa de negociação. Segundo o sindicato, após três rodadas de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, os representantes dos bancos não apresentaram sequer uma contraproposta às reivindicações da categoria, cuja pauta foi entregue no dia 10 de agosto. Ao invés de abrir às 10h, como acontece normalmente, as agências estatais abrem nesta 5ª às 11h.
A categoria profissional está disposta a cruzar os braços e deflagrar uma greve por tempo indeterminado, caso os banqueiros insistam em não atender às suas reivindicações. Além do reajuste de 10%, participação nos lucros e resultados e melhores condições de trabalho, os bancários também exigem o fim das filas, juros baixos, tarifas justas e segurança para todos.
O sindicato argumenta que as direções dos bancos públicos e privados não querem reconhecer os erros do sistema financeiro, nem apresentam propostas para mudar a relação dos bancos com a sociedade, valorizar os bancários, melhorar o atendimento aos clientes e à população e colocar em prática o discurso da responsabilidade social, "veiculado diariamente pela mídia nas suas milionárias campanhas publicitárias".
Para Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, a sociedade não pode permitir que os bancos lucrem tanto e ofereçam um atendimento tão precário. “Enquanto as 21 maiores instituições financeiras do país lucraram R$ 14,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, os bancos desligaram 15.459 bancários e contrataram apenas 13.235. Isto significa que o setor mais lucrativo da economia, mesmo sem ser afetado pela crise mundial, se deu ao luxo de diminuir 2.244 postos de trabalho no mesmo período. É inadmissível”, ressaltou.
“Os números são incontestáveis e mostram que os banqueiros podem conceder o reajuste de 10%, valorizar o piso salarial e distribuir uma melhor participação nos lucros e resultados. E, também, preservar os empregos, ampliar as contratações, acabar com a terceirização e aplicar a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe demissões imotivadas”, complementa Marcos.
Durante a paralisação, com retardamento da abertura do expediente ao público, bancários e sindicalistas estarão distribuindo o Jornal do Cliente, onde constam informações sobre os lucros dos bancos e como o público deve denunciar os abusos praticados pelas instituições financeiras.
“A mobilização está aumentando e o descontentamento dos bancários com os bancos pode levar a categoria à deflagração de greve por tempo indeterminado, caso os banqueiros continuem brincando de negociação”, concluiu Marcos Henriques.
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