VIDA URBANA
Bandidos aterrorizam frentistas em Campina
Assaltos já aumentaram mais de 78% este ano e vítimas pagam o valor roubado dos postos.
Publicado em 30/06/2013 às 8:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:04
As constantes ações de criminosos continuam a preocupar frentistas e donos de postos de combustíveis em Campina Grande. Só este ano até o último dia 27 de junho foram registrados 75 assaltos contra esses estabelecimentos. Conforme dados do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis da cidade (Sindirev), esse número é quase duas vezes maior que as ocorrências computadas no mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 42 assaltos. O Aumento passa de 78%.
Além de lidar com o constante medo de assaltos, os frentistas dos postos de combustíveis acabam tendo que arcar com parte do prejuízo em alguns casos. Os donos dos postos determinam um limite máximo de dinheiro que deve ficar no caixa, o chamado “valor de pista”. Caso o caixa esteja com um valor acima do determinado na hora do assalto, os funcionários terão de pagar a diferença.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Frentistas de Campina Grande, Evanilton Almeida, esse valor de pista é definido em convenção coletiva da categoria. Cada posto define o “valor de pista” de seus estabelecimentos, mas, a maior parte dos postos determinam que o valor seja, no máximo R$ 200. Com este sistema, cada vez que o caixa do posto atingir o valor máximo, o valor excedente deve ser levado para o setor administrativo.
Para os frentistas, seguir a determinação é uma tarefa complicada, devido à constante movimentação de dinheiro e a necessidade de passar troco aos clientes. Um frentista de um posto na avenida Almirante Barroso, em Campina Grande, disse que o 'valor de pista' onde ele trabalha é de R$ 200 e praticamente é impossível que os frentistas não estejam com mais de R$ 200. “Alguns clientes abastecem pouco e pagam com notas altas. Mesmo sem querer, nos temos que estar com dinheiro para passar o troco. Quando os bandidos chegam que pegam o dinheiro de todos os frentistas o valor passa do limite e nós temos que pagar a diferença”, disse o frentista que não se identificou.
Em um posto de combustível no bairro do Presidente Médici, um frentistas de 48 anos, responsável pelo caixa, afirmou que teve de pagar R$ 440 este mês após um assalto. Segundo ele, os bandidos o abordaram no momento em que ele estava fechando o caixa e levaram R$ 640. Como o “valor pista” do posto era de R$ 200, o funcionário teve que pagar a diferença.
Para obedecer o limite do “valor pista” alguns frentistas combinam de deixar o dinheiro com apenas um dos funcionários, mas a medida deixa o processo de venda mais lento, gerando insatisfação de alguns clientes que ficam esperando.
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