VIDA URBANA
'Barbárie dos Bancários': dupla é investigada por outros crimes
Delegacia de Roubos e Furtos vai reanalisar inquéritos para tentar identificar a participação da dupla em outros crimes.
Publicado em 02/07/2015 às 10:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 13:26
Cometer assaltos em dupla já era prática comum de Ivar Pedro da Silva, 43 anos, e Leonardo José da Silva, 22, segundo informações da Delegacia de Crimes de Roubos e Furtos de João Pessoa. Os dois são acusados de praticar a 'barbárie dos Bancários', como ficou conhecido o crime cometido contra duas mulheres e um bebê, no último dia 20 de junho. Os quase 400 inquéritos existentes na especializada serão reanalisados para confrontar dados e características da moto apreendida com a dupla para identificar a participação da mesma em outros assaltos. Ivar e Leonardo foram transferidos da Central de Polícia para a Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves Dantas (o PB1), no final da tarde de ontem.
O delegado de Roubos e Furtos, Walter Brandão, disse que com a apresentação dos acusados à sociedade, a polícia acredita que outras vítimas da dupla compareçam à delegacia para reconhecê-los como autores de crimes patrimoniais contra pedestres e assaltos a veículos.
A motocicleta utilizada para praticar os crimes contra as duas mulheres seria a mesma usada pela dupla em outros crimes de assaltos na capital. A moto de placa NQA 9952 de João Pessoa e modelo CB 300R, de cor branca com detalhes em preto, pertence a Ivar Pedro, que, segundo Walter Brandão, estava com os documentos e a habilitação regularizados. “A placa não é fria. Inclusive, Ivar a usava para circular na cidade com toda tranquilidade, da mesma forma que na companhia do 'Mago Léo' (Leonardo) cometia os assaltos”, afirmou. A moto permanece apreendida na Central de Polícia.
Segundo o delegado, que ouviu Ivar ontem, o modus operandi da dupla era praticar assaltos na moto, simulando o uso de arma de fogo para coagir as vítimas, de quem subtraiam o veículo. O fato de Ivar seguir sozinho para Goiana, em Pernambuco, onde cometeu os crimes de estupro, tentativa de homicídios e homicídio consumado, “já era de praxe”, disse. “Era prática comum dos dois saírem de moto para cometer assaltos, Leonardo ficar na moto e Ivar seguir no veículo roubado para Pernambuco, onde usava o mesmo para cometer outros assaltos e depois clonava a placa para vendê-lo. Não houve desentendimento entre os dois. Leonardo sempre retornava da BR com destino ignorado, enquanto Ivar seguia para o Estado vizinho”, explicou.
Entretanto, no caso das duas mulheres dos Bancários, durante o percurso, segundo o delegado, Ivar Pedro decidiu ser mais frio, calculista e cruel, agredindo as vítimas e praticando o duplo estupro, tentar matar o bebê e uma das mulheres, além de consumar o homicídio contra a outra por atropelamento. Ivar confessou os crimes contra as mulheres, mas, ainda segundo Walter Brandão, disse que não foi premeditado e que fez tudo sozinho. Apesar disso, reafirmou Brandão, Leonardo José participou do assalto às vítimas, por isso foi indiciado. Os dois foram escoltados no final da tarde de ontem, da Central de Polícia para o PB1, onde permanecerão à disposição da Justiça.
"Estou arrependido"
“Ninguém articulou nada. Foi um negócio sem pensar. Desde cedo estávamos usando drogas e tomando cachaça, aí fica meio louco. Saímos para assaltar. Estou arrependido demais, foi um momento de loucura minha e agora estou passando por isso. Foi uma fatalidade”, disse Ivar Pedro, à reportagem do JORNAL DA PARAÍBA.
Ele tentou amenizar as atrocidades das quais é acusado afirmando que “não fiz nada com a criancinha, apenas a deixei na mata com um pano para ela ficar no cantinho dela e pronto”. Ele não soube dizer com quantos anos começou a praticar crimes, mas confessou que essa não foi a primeira vez. “Eu já fiz umas besteiras na vida. Tenho que parar, refletir um pouco. Estou arrependido do que aconteceu e peço desculpas à família das vítimas e para a minha também”, declarou.
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