VIDA URBANA
Cagepa admite colapso de água na Grande João Pessoa
Estações de tratamento operando no limite da capacidade e aumento da demanda resultam em falta de água em alguns bairros de JP.
Publicado em 14/12/2011 às 6:30
A capacidade de produzir água tratada para a população da Grande João Pessoa já alcançou a capacidade máxima. Com a chegada do verão, quando aumenta o consumo e cresce o número de pessoas na cidade, o sistema pode entrar em colapso e o bem natural faltar com mais frequência. Para moradores de diversos bairros da capital, a redução temporária de água já ocorre há meses. “Nossas estações de tratamento de água já estão saturadas, operando no limite de sua capacidade.
Não temos mais como aumentar a oferta”, destacou o presidente da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Deusdete Queiroga.
O presidente da Cagepa explicou, através de sua assessoria de imprensa, que desde 2010, o sistema já está com sua capacidade exaurida, por isso, tantos bairros vêm sofrendo com a falta de água. “Os mananciais da Paraíba têm água. O problema é a capacidade de produzir água tratada pelo sistema Gramame-Mumbaba, que já chegou no seu limite”, afirmou o assessor de imprensa da Cagepa, Fábio Bernardo.
Por esse motivo, moradores de diversos bairros de João Pessoa, como Funcionários, Jaguaribe, Castelo Branco, Mangabeira, além de Tambaú, Manaíra e Cabo Branco sofrem com a intermitência da água. Fábio Bernardo explica que o que acontece não é falta de água, mas uma redução temporária pela falta de capacidade de produção. Nos bairros onde há reservatórios, como os da orla, o problema é menos percebido.
Já onde os moradores não têm caixa d'água, a falta de abastecimento se torna mais grave.
O administrador Luiz Cláudio da Silva, morador de Jaguaribe, conta que semanalmente enche mais de cinco baldes de água para não sofrer com o desabastecimento. “Às vezes, falta água quase três vezes por semana. Quando percebemos que a água está fraca na torneira, começamos a armazenar nos reservatórios. Mas tem vezes que precisamos comprar água mineral para cozinhar ou tomar banho”, disse Luiz, destacando que mantém os baldes fechados com tampa plástica para não facilitar a proliferação do mosquito da dengue.
Ele conta que o problema é comum no bairro, principalmente para quem não tem caixa d'água. “Já amanheci o dia sem nem um pingo d'água em casa. Apesar dos transtornos, a conta nunca deixa de chegar, nem diminui o valor”, diz o administrador, mostrando a fatura a ser paga no valor de R$ 61,00. A vendedora Cinara da Silva Genuíno, também moradora de Jaguaribe, afirma que mora no bairro há mais de 20 anos, mas o problema da água se agravou no início deste ano. “Realmente, não sabemos o que está acontecendo por aqui. Quase todo dia armazeno água e compro garrafão da mineral”, disse Cinara.
No Funcionários II, o problema é o mesmo. “No domingo, dia em que a maioria das famílias está em casa, normalmente não tem água. E durante a semana falta também”, destacou a professora Silvania Vasconcelos. Ela também reclama que a redução no abastecimento se agravou nos últimos meses. “Na minha casa tenho caixa d'água, mas muita gente da rua não tem. Quando a água fica fraca na minha torneira, já sei que não está havendo abastecimento”, completou. “Muita gente junta água em balde, mas é perigoso deixar água parada por causa da dengue”, disse.
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