VIDA URBANA
Cagepa confirma racionamento em CG e 18 cidades
Após 15 anos, Campina Grande vai enfrentrar novo racionamento devido ao baixo nível do Açude Boqueirão.
Publicado em 09/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 05/03/2024 às 14:16
Depois de quase 15 anos sem enfrentar os transtornos de não ter água nas torneiras todos os dias, a população de Campina Grande pode vivenciar um novo racionamento até o final deste ano, em virtude do baixo nível de água do Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão). Apesar da existência de um estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) que garante haver água no reservatório para abastecer Campina Grande e outros 18 municípios até setembro de 2015, o presidente da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Deusdete Queiroga, anunciou ontem que a empresa trabalha com a possibilidade de iniciar, ainda no mês de dezembro, um racionamento nas cidades abastecidas pelo açude, o que deve modificar a rotina de mais de 630 mil paraibanos.
Conforme o presidente, a Cagepa deve iniciar o racionamento quando a quantidade de água armazenada no açude atingir a marca de 100 milhões metros cúbicos (m³), o que segundo os estudos da empresa deve ocorrer até meados de dezembro.
Atualmente, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), o reservatório está com cerca de 121,2 milhões m³, o que corresponde a apenas 29,4% de sua capacidade total.
"A situação é relativamente confortável, porque em dezembro ou janeiro ainda teremos 100 milhões m³. Além disso, teremos o inverno de 2015 ainda no primeiro semestre do ano e, mesmo que não chova em grande quantidade, sempre acontece alguma recarga no açude nesse período. Então, dependendo dessa recarga, se realmente houver racionamento no final do ano, talvez já tenhamos condições de sair dele ainda no período chuvoso", destacou Deusdete, ao ressaltar que o racionamento está sendo cogitado como uma forma de prevenção.
Ainda sobre o provável racionamento, Deusdete informou que a Cagepa vai continuar acompanhando o nível do reservatório e só vai definir a forma como ele ocorrerá nos próximos meses, caso o volume de água se aproxime do limite definido pela empresa.
"A gente sente que já há uma consciência por parte da população, que está reduzindo o consumo, mas queremos fazer o racionamento para assegurar o próximo inverno. Mesmo assim, ainda é prematuro falar como ele ocorreria. De forma geral, em um racionamento a expectativa é reduzir a vazão pela metade. Se a gente conseguir e for viável fazer um esquema de rodízio, haveria água nas torneiras um dia sim e outro não", explicou.
ÚLTIMO RACIONAMENTO
Conforme a Cagepa, foi em 1999 a última vez que os campinenses enfrentaram um racionamento de água, ano em que, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), o açude Epitácio Pessoa atingiu o seu menor nível da história. Naquela época, no mês de dezembro, o reservatório tinha apenas 61 milhões m³, volume que correspondia a apenas 14,9% de sua capacidade.
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