Cai acesso à coleta de esgoto na capital

Um levantamento do Instituto Trata Brasil revela que 55% da população de João Pessoa e 31% dos moradores de Campina Grande não têm acesso à coleta de esgoto. Os dados mostram ainda que em relação à água tratada, o produto chega a quase 100% dos campinenses e 90% dos pessoenses. O estudo aponta que os indicadores da capital em 2010 pioraram em relação ao ano de 2009.

Para o presidente do Trata Brasil, faltam investimentos para melhorar o acesso ao saneamento básico na Paraíba.

O estudo tem como base o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano 2010 do Ministério das Cidades, e foi realizado com os 100 maiores municípios brasileiros. De acordo com o Instituto Trata Brasil, na capital paraibana, o índice de abastecimento de água, que atendia 93% da população, e a rede coletora de esgoto, a 46% dos moradores da cidade, em 2009, caíram para 90% e 45%, respectivamente, em 2010. Em Campina, os indicadores se mantiveram estáveis (99,5% recebem água tratada e 69,1% têm acesso à rede de esgoto).

O levantamento mostra ainda que a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) investiu em Campina e em João Pessoa apenas 21% da receita em saneamento básico. A Companhia arrecadou R$ 142 milhões na capital, mas apenas R$ 30 milhões foram revertidos em investimento para saneamento. Já em Campina, a Cagepa teve uma receita de R$ 70,6 milhões e investiu R$ 14,88 milhões. O investimento em saneamento básico realizado pela Cagepa em João Pessoa e em Campina ficou longe da média do país, que foi de 28% da receita.

Para o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, os indicadores apontam que na capital não houve melhorias na oferta de água tratada, coleta e tratamento de esgoto. “A Companhia que opera o serviço de saneamento na capital não está avançando na oferta de água tratada, nem de coleta nem em tratamento de esgoto em João Pessoa. Apenas 45% da população tem coleta de esgoto e quase tudo que é coletado é tratado, mas esta coleta é pequena e não atinge nem a metade da população”, analisou Édison Carlos. Destacando ainda que outras cidades estão caminhando para atender 100% da população com água tratada.

Para o presidente do Trata Brasil, é preciso aumentar os investimentos com saneamento básico na capital. “É preciso investir forte para alcançar a universalização dos serviços de fornecimento de água tratada e da coleta e tratamento de esgoto para a população de João Pessoa”, salientou Édison Carlos.