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VIDA URBANA

Cai internação por desidratação

João Pessoa, Campina Grande, Patos e Sousa se destacam na elevação do número de internações por desidratação.

Publicado em 06/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 13:18

Apesar de ter reduzido em 79% o número de internações por desidratação na Paraíba, nos últimos dez anos, passando de 2.239, de janeiro a agosto de 2003, para 469 no mesmo período deste ano, todos os 223 municípios do Estado registraram, em todos os anos, casos da doença, caracterizada pela baixa concentração de água no organismo.

De acordo com a pediatra Gracy Vasconcelos, as crianças são as maiores vítimas, e a redução ainda não é um fato a ser comemorado.

“Os hospitais estão cheios de crianças que adoecem pela falta de água no organismo, como sais minerais e líquidos orgânicos no corpo, a ponto de impedir que ele realize suas funções normais. Os sintomas são debilitantes e podem chegar a diarreias agudas, tornando-se extremamente perigosas para crianças, recém-nascidos e idosos”, explicou.

Com base em informações do Sistema de Informação de Atenção Básica de Saúde (SIA/Datasus) desde 2003, as cidades que mais se destacam na elevação do número de internações por desidratação no Estado são João Pessoa, Campina Grande, Patos e Sousa. Este ano, por exemplo, na capital até agosto já foram registrados 32 internações, em Campina Grande foram 42 e em Patos 11 pessoas precisaram de atendimento hospitalar por causa da doença.

Uma das crianças que apresentou os sintomas de boca e pele secas, olhos fundos, dor de cabeça, sonolência, tonturas, fraqueza e cansaço, mas que ainda não entrou nas estatísticas estaduais por ter sido internado em novembro na capital foi José Cauê Nunes, de apenas três anos de idade.

De acordo com a avó do menino, Antônia Nunes dos Santos, de 50 anos, o garoto permaneceu internado no Hospital Rodrigues de Aguiar por três dias, até que a saúde fosse restabelecida e ele pudesse voltar para casa.

“Ele sempre foi bastante agitado e notamos que ele ficou mais parado e com o passar dos dias até que desenvolveu uma diarreia que não parava. Foi ai que procuramos atendimento médico e ele foi diagnosticado com desidratação. No início eu me culpei, porque minha filha trabalha e eu sou responsável por ele e nunca deixei que passasse muito tempo sem beber líquidos, água ou sucos, mas ele só queria brincar e por isso passou muito tempo exposto ao sol e adoeceu”, contou a dona de casa Antônia Nunes dos Santos.

ÁGUA, COCO E SORVETE NOS DIAS DE CALOR

Com a chegada do final de ano e o intenso movimento no comércio da capital, é fácil ver comerciantes vendendo água de coco, sorvetes, açaí e água mineral e filas se formam ao redor deles, de pessoas que vão às compras, mas sofrem com o calor excessivo e buscam se hidratar.

De acordo com o ambulante Luiz Antônio da Silva, que vende sorvetes no Parque Solon de Lucena, a demanda da população o levou a abastecer seu carrinho também com água, e ele chega a vender 50 garrafas por dia. Uma de suas clientes foi a costureira Isabel Lima, de 32 anos, que saía de uma loja em busca de água para comprar quando se deparou com o carrinho de Luiz Antônio, e com R$ 1 garantiu a satisfação de poder fazer as compras de tecidos para as roupas da família com o bem -estar promovido pela ingestão de 500 ml de água gelada.

“Evito muito sair de casa, mas tenho clientes e familiares que precisam que eu compre os tecidos e por isto tenho que vir ao Centro e enfrentar este calor escaldante, mas sempre trago na bolsa moedas para comprar a água e assim aguentar a maratona de compras”, afirmou.

RECOMENDAÇÕES MÉDICAS

* Beba bastante líquido, pelo menos dois litros por dia;

* Verifique se as crianças e os idosos estão tomando a quantidade de líquido necessária para manter a boa hidratação. Nessas faixas de idade, muitas vezes, eles se esquecem de fazê-lo;

* Use roupas leves e evite a exposição direta ao sol nos dias muito quentes;

* Não pratique exercícios físicos nas horas mais quentes do dia;

* Lave as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro;

* Certifique-se de que os alimentos que serão ingeridos crus foram corretamente preparados.

Fonte: Pediatra Gracy Vasconcelos

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Jornal da Paraíba

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