VIDA URBANA
Cai número de crianças na educação especial
Apesar da redução de crianças, número jovens matriculados nessa modalidade no ensino fundamental, médio e EJA aumentou, segundo dados do Censo Escolar.
Publicado em 11/09/2012 às 6:00
A Paraíba reduziu a quantidade de crianças matriculadas em creches de educação especial, mas ampliou a presença de pessoas que precisam desse mesmo ensino diferenciado nos ensinos fundamental, médio e EJA (Educação para Jovens e Adultos). A constatação é dos dados preliminares do Censo 2012, divulgados na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC).
Os números mostram que, em 12 meses, a Paraíba reduziu em 2,69% a quantidade de crianças matriculadas em creches e turmas pré-escolares de educação especial. No ano passado, o Estado possuía 558 alunos frequentando essa modalidade de ensino em instituições municipais e estaduais. Em 2012, essa quantidade caiu para 543.
Já no ensino fundamental, ocorreu o contrário. Em 2011, foram matriculados 9.256 estudantes nas escolas de educação especial públicas da Paraíba. No ano seguinte, esse contingente subiu para 10.296. O percentual foi de 11,23%.
No ensino médio, a expansão foi ainda maior. Em 2011, o Estado recebeu a matrícula de 420 alunos nessa faixa de escolaridade, que precisam de educação especial. Em 2012, foram 588 inscritos na mesma modalidade e grau de ensino. O crescimento foi de 40%.
Nas aulas do EJA, o aumento da presença dos estudantes portadores de necessidades especiais também ficou mais evidente nos últimos meses. A quantidade de estudantes saltou de 2.296, em 2011, para 2.433, em 2012. A variação alcançou o índice de 5,96%.
Para a assistente social e presidente do Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad), Simone Jordão, o comportamento dos números mostra que a inclusão das crianças com deficiências físicas e mentais em creches ainda é muito difícil na Paraíba, apesar de terem ocorrido alguns avanços na área.
Ela lembra que a educação infantil é de competência dos órgãos municipais, no entanto, poucas são as cidades paraibanas que oferecem assistência educacional de qualidade aos alunos com necessidades especiais. “Já temos centros de reabilitação que oferecem serviços fisioterapêuticos em alguns municípios do Estado, mas a quantidade ainda está longe da ideal e temos muito o que melhorar”, diz.
“As creches, em geral, não estão preparadas para receber as crianças com deficiências. Por isso, a inclusão delas na educação ainda é muito difícil”, completou a especialista.
Outro fator apontado para a redução de matrículas em creches é a necessidade que as crianças têm de serem reabilitadas antes de começar a frequentar as unidades de ensino. De acordo com Simone, algumas deficiências, como a paralisia cerebral, exigem que o aluno seja submetido a tratamentos para desenvolver atividades simples, como segurar um lápis ou caderno.
Por precisarem desse processo de reabilitação, as crianças acabam ingressando mais tarde ou não ingressando nas creches, como explica Simone Jordão. “Temos cerca de três mil usuários na Funad, que são portadores de todos os tipos de deficiências. São pessoas que recebem assistência especializada e condições de ingressarem na escola e serem alfabetizadas”, diz a presidente.
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