Calor continua alto apesar da chuva

Os reflexos da estiagem que aflige a Paraíba já podem ser observados no Litoral do Estado. Apesar das chuvas registradas na semana passada nessa região – em João Pessoa, durante três dias, choveu 83 milímetros – a temperatura continua alta. Há quem diga que a sensação de calor já não é mais a mesma, apesar da diminuição da temperatura ter sido de apenas 1°C, conforme a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa). A explicação para isso é o acúmulo de calor existente na atmosfera.

Historicamente, durante o mês de maio, a temperatura máxima registrada em João Pessoa é de 31°C e a mínima de 24°C.

Quando choveu na semana passada, a temperatura variou entre 30°C e 23°C, isso porque se o dia está nublado, os raios solares ficam menos intensos na terra. O meteorologista Alexandro Magno reforça que “a temperatura não caiu muito porque os dias anteriores foram de sol, o que resulta no acúmulo de calor que leva de dois a três dias para se dissipar”.

As chuvas que caíram na Paraíba ainda estão longe do esperado do mês. Na capital e demais municípios da Região Metropolitana, a alta temperatura, decorrente da falta de chuvas, tem contribuído para a mudança de comportamento da população, que reclama do calor, consome mais água e até recorre ao velho guarda-sol para andar pelo centro da cidade. Por todo lugar, as pessoas se queixam da temperatura elevada e tentam, muitas vezes em vão, se livrar do calor.

No comércio, uma das consequências da seca no Litoral é o aumento na venda de aparelhos de ar-condicionado, ventiladores e umidificadores de ar. E foi exatamente isso que fez a aposentada Esmeuda Vales, que, para ter uma noite mais agradável, comprou um ar-condicionado. “Tive que comprar para amenizar um pouco o calor”, declara. Ela conta que reveza o uso do ventilador com o ar durante as noites. “Se não tiver pelo menos um desses equipamentos ligado, não consigo dormir. O calor é sufocante”, afirma.

Na casa da professora Suênia Martins, o jeito também foi comprar um ar-condicionado. Mesmo sem dinheiro para comprar o eletrodoméstico à vista, não pensou duas vezes antes de passar o cartão de crédito. “Não tenho vergonha de dizer que comprei em doze vezes, mas não me arrependo. É uma dívida que vale a pena. Meus dois filhos pequenos acordavam no meio da noite reclamando do calor. O conforto justifica o custo”, destaca.