VIDA URBANA
Campanha leva ações de saúde à população
Ação realizada no Ponto de Cem Réis ofereceu diversos serviços à população, entre eles orientações jurídicas.
Publicado em 29/11/2012 às 6:00
Exames médicos, distribuição de preservativos e de material educativo sobre doenças sexualmente transmissíveis e orientações jurídicas. Estes foram alguns dos serviços oferecidos na manhã de ontem à população, durante uma ação que faz parte da campanha 'Violência Contra a Mulher. Denuncie. Você não está sozinha'.
A atividade foi realizada no Ponto de Cem Réis, no Centro de João Pessoa. O evento integrou os '16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher', organizado pela Rede Paraíba de Comunicação, em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh).
De janeiro a novembro deste ano, mais de 100 mulheres foram assassinadas na Paraíba, sendo 41 apenas em João Pessoa, segundo a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana. No mesmo período, 1.260 inquéritos policiais foram instaurados pela Delegacia da Mulher, para apurar crimes, como agressões físicas, injúrias e homicídios. Do total de inquéritos, 760 foram remetidos à Justiça, já com a identificação dos autores dos atos violentos.
Além de receber o apoio policial, algumas vítimas de violência doméstica também foram encaminhadas para uma casa-abrigo, que funciona em endereço sigiloso em João Pessoa. “As mulheres ameaçadas são acompanhadas por policiais até mesmo na hora de retirar os objetos pessoais da casa em que viviam com o agressor”, disse a delegada da Mulher, Renata Matias.
Com a ajuda de tendas, equipes das Secretarias Estaduais de Segurança, da Saúde, do Ministério Público da Paraíba e do Centro de Referência da Mulher ofereceram serviços médicos e orientações jurídicas à população. Representantes da Delegacia da Mulher e da Promotoria de Defesa da Mulher também estiveram presentes no local.
Segundo a secretária executiva da Mulher e Diversidade Humana, Gilberta Soares, a maior finalidade do evento foi divulgar a rede de assistência criada pelo governo para socorrer as vítimas de violência doméstica. Ela destacou que o pedido de socorro pode ser feito ainda dentro de casa, de forma sigilosa.
“Além do número 190, que é da Polícia Militar, já existem os números 197, que é da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, e 180, que pertence a uma Central de Central de Atendimento à Mulher. Os dois serviços funcionam gratuitamente e recebem as denúncias de forma anônima. Através deles, as vítimas podem receber informações sobre os locais onde devem buscar ajuda”, ressaltou a secretária.
“Queremos amparar essas mulheres e mostrar que elas não estão sozinhas. Hoje, além dos disque denúncias, já dispomos de uma série de serviços que garantem a assistência social, psicológica, jurídica e até a integridade física da vítima, que pode ser encaminhada para a casa-abrigo, junto com seus filhos”, observou Gilberta.
A secretária ainda alertou que a procura por ajuda deve começar cedo, assim que aparecerem os primeiros sinais da violência.
“Nossa intenção é mostrar às mulheres todas as etapas da violência doméstica, que não se resume apenas à agressão física ou ao assassinato. Ela começa com as injúrias, as agressões verbais e o terrorismo psicológico. Quando uma mulher chega ao ponto ser morta pelo marido, pode ter certeza que ela passou, antes, por um longo processo de maus tratos”, completou.
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