VIDA URBANA
Campanha realiza exames na capital
Mutirão de exames acontece pela primeira vez no estado e tem o objetivo de prevenir AVC em portadores de anemia falciforme.
Publicado em 19/11/2011 às 6:30
Trinta crianças e adolescentes com anemia falciforme entre três e 16 anos de idade realizaram ontem, no Hemocentro da Paraíba, em João Pessoa, o exame doppler transcraniano (DTC) que aponta o risco do paciente desenvolver acidente vascular cerebral (AVC). Esta é a primeira vez que um exame desse nível é realizado no Estado. O mutirão acontece em todo o país e faz parte da campanha “DTC contra AVC”.
A realização do exame teve a parceria do Hemocentro da Paraíba, a Associação Paraibana de Portadores de Anemias Hereditárias (ASPPAH) e o Instituto Espaço Vida. Nessa campanha, o exame DTC aponta o diagnóstico imediatamente.
“É um exame indolor, não precisa de anestesia, mas que é importante para detectar se a criança ou adolescente tem risco de ter AVC”, afirmou a hematologista Sandra Cibele Figueiredo.
O diagnóstico da anemia falciforme é feito através do exame do pezinho, realizado após o nascimento do bebê. A doença ocorre em pessoas negras, sendo hereditária. A diretora técnica do Hemocentro, Germana Arruda, explicou que a anemia falciforme é uma má formação dos glóbulos vermelhos, estes presentes no sangue, adquirindo forma de foice, por isso o nome falciforme. “A hemoglobina (cor vermelha) é responsável pelo transporte de oxigênio e essencial para a vida”, afirmou.
De acordo com Sandra Figueiredo, o DTC detecta o número de pacientes nessa faixa etária (três a 16 anos) que sofrem o risco de ter um AVC. Ela comentou que com o resultado, os médicos podem intervir a ocorrência do acidente vascular através de múltiplas transfusões de sangue. “O tratamento será imediato e as crianças e adolescentes podem não ficar com sequelas”, ressaltou, acrescentando que o paciente pode ter vários AVCs durante a vida.
“Se tivesse realizado o teste do pezinho, meu filho poderia ter recebido um tratamento imediato”, disse a dona de casa, Maria de Lourdes Félix, de 37 anos, mãe de um adolescente de 16 anos com anemia falciforme. Ela contou que descobriu a doença quando o filho tinha um ano e sete meses e não sabia da existência do exame DTC. O adolescente já teve três AVCs. O último aos sete anos de idade.
O coordenador da ASPPAH, Dalmo de Oliveira, comentou que a associação atua na cobrança de ações do poder público. Em João Pessoa, ele lembrou que a Prefeitura está finalizando o programa integral. Segundo ele, 130 pacientes estão cadastrados, sendo 30 menores de 16 anos. “Nós orientamos na busca de direitos como o benefício da previdência e organizamos a questão da medicação”, disse.
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