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VIDA URBANA

Campanha tem baixa adesão e entrega de armas cai 82% na PB

Número de armas entregues caiu de 424 para 76 desde 2011.

Publicado em 28/03/2017 às 17:00

A ideia de se desarmar para garantir a paz tem tido uma adesão cada vez mais baixa na Paraíba. Dados do Ministério da Justiça mostram que, nos últimos seis anos, o número de armas entregues voluntariamente ao governo federal por meio da Campanha do Desarmamento despencou no Estado: de 424 em 2011 a 76 em 2016. Uma queda de 82%. Este ano, até o dia 16 de março, apenas oito foram arrecadadas.

A redução reflete a realidade nacional. Segundo o ministério, 34.749 armas de fogo foram entregues no país em 2011 contra 13.746 no ano passado, o que equivale a um recuo de 60%. Consequentemente, o valor pago pelas indenizações também diminuiu bastante durante esse período: de R$ 3,25 milhões para R$ 1,8 milhão.
Os números têm preocupado representantes de grupos de direitos humanos, como o coordenador do Movimento Internacional pela Paz e Não Violência (MovPaz) na Paraíba, Almir Laureano. "Uma sociedade que continua armada até os dentes não encontrará uma solução pacificadora. A polícia não dá a resposta que a sociedade espera e, como a arma dá a possibilidade de atacar, ela se arma para se proteger. Mas arma não é um instrumento de defesa, mas sim de ataque", afirma.
Ainda na visão de Laureano, a campanha não é prioridade nem para o poder público nem para a população. "Ao contrário da educação e da saúde, não tem verba carimbada para a segurança pública. Por esse motivo, o próprio governo federal se vê refém da falta de recursos para implementar as políticas de prevenção, como a Campanha do Desarmamento. E a sociedade pensa que, se armando, se protege. É o desespero do cidadão. E uma pessoa desesperada não pensa. É lamentável", critica.
Para ele, a solução da criminalidade passa por vontade política. "É só querer investir nela. E a sociedade tem que exigir os seus direitos. Daí vão fazer a proteção das fronteiras e a construção de espaços de cidadania nas escolas. Nada é mais fácil do que a ideia de armar todo mundo para encobrir a incompetência do Estado brasileiro", reitera.
'A campanha praticamente não existe'
O delegado geral da Polícia Civil da Paraíba, Isaías Gualberto, também constata um enfraquecimento da campanha, mas diz que a corporação tem desempenhado o seu papel. "A campanha está na inércia. Praticamente não existe nos órgãos, não há mais propaganda. As pessoas pensam que a campanha acabou. Isso explica sobremaneira praticamente não ter entrega de armas. Mas na parte repressiva, a gente atinge recorde de apreensão", diz.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social e Segurança do Estado, as polícias Civil e Militar apreenderam 3.477 armas que estavam sendo usadas ilegalmente no ano passado, mais que o dobro de 2010. Desde 2011, foi apreendido um total de 18 mil.
"Normalmente, essas armas são utilizadas em crimes patrimoniais. Hoje é muito fácil o acesso à arma no Brasil e a maioria das que apreendemos é de fabricação nacional. Ou elas vêm da fronteira, principalmente do Paraguai, ou são roubadas de quem porta legalmente. A gente apreende muita arma de polícia de outros Estados. Isso é uma constante", esclarece.
O JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com o Ministério da Justiça para ter um poscionamento sobre a divulgação da campanha e ações de prevenção da violência, mas até a publicação da reportagem, a assessoria não tinha enviado uma resposta.
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Jornal da Paraíba

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