Campi do IFPB voltam a funcionar normalmente

Depois de permanecer em greve por mais de 3 meses, os dez campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB) voltaram a funcionar normalmente ontem na Paraíba.

Cada instituição, no entanto, elaborou um calendário escolar específico para repor as aulas dos dias parados.

Em João Pessoa, a mobilização de docentes e funcionários durou 101 dias, sendo que 66 foram letivos. Por conta disso, o período 2012.1, que deveria ter sido concluído em agosto, só será encerrado em 7 de novembro deste ano. Cerca de seis mil alunos, distribuídos em 29 cursos diferentes, ficaram prejudicados.

No campus I, que funciona em João Pessoa, os docentes e técnicos administrativos do IFPB decretaram a greve no dia 5 de junho deste ano. A decisão, tomada por servidores da capital, foi seguida pelos demais nove campi do Estado, que resolveram paralisar os trabalhos em assembleias gerais realizadas entre os dias 6 e 18 do mesmo mês.

Segundo o diretor geral do IFPB de João Pessoa, Joabson Nogueira de Carvalho, a manifestação na instituição começou 27 dias antes da prevista para o encerramento do período 2012.1.

“Pelo calendário antigo, iremos encerrar o período 2012.1 no dia 9 de agosto. Com o fim da greve, tivemos que refazer os estudos e, agora, ficou decidido que o período será encerrado em 7 de novembro deste ano, três meses depois”, disse.

O dirigente ainda explicou que são dois os calendários escolares existentes na instituição. Um tem duração anual e é referente aos cursos técnicos. O outro é semestral e é aplicado aos alunos dos cursos superiores. Em comum, as duas modalidades de ensino têm o fato de não terem definido ainda os próximos calendários escolares.

De acordo com Joabson Nogueira, o período 2012.2 começará a partir de 7 de novembro. No entanto, ainda faltam definir alguns ajustes no cronograma e decidir, por exemplo, se as aulas futuras serão ministradas também aos sábados. “Ainda teremos que discutir isso e aprovar o calendário durante reunião do Conselho Diretor de Educação, do Campus de João Pessoa. A previsão é que o assunto seja apreciado nos próximos 15 dias”, destacou.

Mesmo com as mudanças adotadas pelo IFPB, na tentativa de acelerar a reposição de aulas, a greve já resultou em prejuízos sérios para muitos alunos da instituição. O estudante do Curso de Designer de Interiores, Dávilo Dônolo, por exemplo, perdeu um estágio que oferecia uma bolsa auxílio no valor de R$ 4 mil.

“O estágio exigia a conclusão de uma disciplina, que eu não concluí por causa da greve. Eu estou no quarto período e deveria estar no quinto. Esse atraso é, sem dúvida, um grande transtorno para nós, que já estudamos com sacrifícios”, lamenta. (Nathielle Ferreira)