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VIDA URBANA

Campina Grande está cada vez mais poluída com fios e cabos

Excesso incomoda a população, mas falta legislação para regulamentar instalação dos cabos.

Publicado em 22/03/2015 às 14:10 | Atualizado em 16/02/2024 às 13:05

“Como é desagradável andar pelas ruas de Campina Grande e notar essa quantidade vergonhosa e desordenada de fios e cabos por cima de nossas cabeças, pendurados de um poste para outro. É mais que poluição visual, é um desrespeito à população!”, desabafou a estudante Juliana Guedes. Ela foi convidada pelo JORNAL DA PARAÍBA a fazer uma rápida caminhada pelas ruas centrais da cidade e, durante o percurso, observar a rede de fiação aérea disposta ao longo das ruas.

Assim como Juliana, outros campinenses também relataram o incômodo causado pela desorganização e excesso de fios emaranhados aos postes. A reclamação é compreensível, basta olhar para cima, de vários pontos da cidade, para encontrar exemplos de fiações problemáticas, que afetam a paisagem urbana, além de expor os pedestres a riscos. Para dar suporte a essa malha quilométrica de fios, que conduzem não só a rede elétrica, mas também telefonia, banda larga, tv a cabo, entre outros, estão instalados em Campina Grande, até agora, 33.625 postes, conforme a Secretaria de Obras (Secob) do município.

O problema se agrava na área central da cidade. Zona de intenso fluxo de atividades, o Centro reúne inúmeros estabelecimentos comerciais e empresariais, segmentos que apresentam grande demanda por serviços que chegam através dos fios.

A situação é ilustrada pelo gerente de uma loja na rua Irineu Joffily. “Como comércio nós precisamos de muitos serviços e, geralmente, tudo é ligado à rede elétrica. Aqui no Centro é muito comum essa quantidade de fios, diferente das partes mais afastadas da cidade. Eu, particularmente acho feio, os fios deveriam ser embutidos, como fazemos nas nossas casas”, sugeriu José Robson.

Outro agravante é que a rede de fiação aérea chega a inibir a visão dos poucos prédios históricos do Centro da cidade. Situados na avenida Floriano Peixoto, a Catedral, o Museu Histórico e a Biblioteca Municipal, por exemplo, têm sua história e beleza arquitetônica escondidas por trás dos fios que se trançam em suas dianteiras. “Um lugar tão lindo, com esse monte de fios pretos na frente”, foi o que disse Marli Araújo, ao passar em frente à Catedral de Nossa Senhora da Conceição. Já nos cruzamentos das ruas, os fios passam uns pelos outros, formandordadeiras tranças.

Em Campina não há uma legislação municipal que regulamente a instalação dos cabos e cabe às concessionárias o bom senso para operar e instalar a fiação de forma ordenada. Em muitos postes são deixados restos, “novelos” de fios enrolados, à espera de uma fiscalização atuante, que puna os responsáveis.

Risco de acidente nas ruas gera insegurança

Além do desconforto visual causado pela quantidade excessiva de fios, outro fato que se destaca na fala dos pedestres é o receio quanto a choques, curtos-circuitos e demais problemas que possam ocorrer motivados pela falta de gestão e manutenção da fiação aérea.

“Eu lembro um caso bem pontual que aconteceu comigo, faz pouco mais de um ano. Fui buscar minha filha na escola, e, quando vínhamos passando na rua, por volta das 17h30, um cabo se rompeu e caiu no chão, ele passou muito perto da gente com um fogo. Foi assustador”, contou Fabiana Souza, moradora do bairro José Pinheiro, onde aconteceu o incidente.

O engenheiro eletricista Wellington Mota confirma que a apreensão tem sentido. De acordo com ele, os postes são compartilhados por redes de finalidades e tensões variadas, e o risco de acidentes pela ruptura ou desgaste dos condutores, sujeitos a condições externas adversas, é preocupante. “O isolamento dos fios vai se desgastando ou, quando não têm isolamento, muitas vezes oxidam. Com isso, as perdas do sistema aumentam, além da possibilidade de acidentes”, explicou.

Cabeamento subterrâneo é alternativa

A solução da problemática relacionada ao grande número de fios e cabos pelas ruas da cidade aconteceria através do sistema de cabeamento subterrâneo, apontam profissionais da área. Com isso, a rede de transmissão de energia, telefonia, internet e TV a cabo seria toda colocada em galerias abaixo do solo. No entanto, o projeto demanda um alto custo orçamentário, como frisa o secretário de Obras da Prefeitura Municipal de Campina Grande, André Agra.

“O ideal seria que toda a rede de fiação e cabos aéreos fosse convertida para um sistema de dutos subterrâneos. Todavia, isso demandaria um custo altíssimo para os cofres públicos, inviável de ser realizado a curto prazo”, afirmou André Agra.

Em Campina, apenas as ruas Maciel Pinheiro e Venâncio Neiva, localizadas no Centro; a avenida Brasília e o largo do Açude Velho têm um sistema de dutos subterrâneos para a passagem de fios.

Já a Energisa, companhia responsável pela distribuição de energia elétrica informou, através de sua assessoria, que assim como em praticamente todas as distribuidoras de energia elétrica do país, o padrão de lançamento de condutores da Energisa é em rede aérea. “No entanto, em alguns pontos do Centro de Campina Grande, a rede da Energisa é subterrânea, fruto de uma parceria com a prefeitura. Novos projetos de expansão dependem de novas parcerias”, afirmou a companhia.

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Jornal da Paraíba

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