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VIDA URBANA

Campina Grande tem 962 terrenos baldios

Locais se transformam em lixões a céu aberto e ponto de encontro de traficantes, prejudicando a população que reside no entorno.

Publicado em 12/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/02/2024 às 12:01

Campina Grande tem 962 terrenos baldios, todos particulares, de acordo com levantamento da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma). Os locais se transformam em lixões a céu aberto e ponto de encontro de traficantes, prejudicando a população que reside no entorno. A Sesuma diz que faz a limpeza periódica e está tentando levantar os nomes dos proprietários para cobrar que os espaços sejam murados.

O secretário de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Geraldo Nobre, informou que os terrenos baldios representam um dos principais problemas na coleta de lixo da cidade. Segundo ele, a prefeitura realiza limpeza periódica destes locais, com auxílio de 12 caminhões caçamba, mas o lixo volta a se acumular novamente em pouco tempo. “Metade do lixo que segue para Puxinanã é coletada nestes terrenos, que são particulares. Nós fazemos a limpeza diariamente, mas como a quantidade é muito grande na cidade, não tem como a gente limpar todos eles todos os dias”, disse.

Nobre reforçou que o grande desafio é fazer o reconhecimento dos proprietários. “Há um ano e seis meses tentamos identificar todos estes proprietários, mas é um trabalho muito difícil, porque os donos negociam estes terrenos, que muitas vezes estão sendo disputados por herdeiros que não fizeram a partilha, não repassaram a documentação. Após a identificação, a prefeitura irá notificar os proprietários para que eles cerquem os terrenos com muros e façam a limpeza periódica do local.

Daremos prazo de 90 dias a partir da notificação, sob pena de multa que pode variar entre uma e 100 unidades fiscais (R$ 37 a R$ 4 mil)”, frisou.

Para quem joga o lixo nos terrenos, conforme o secretário, também há multa, que varia de 35 a 100 unidades fiscais. “Se houver reincidência, a multa é duplicada, a partir da primeira autuação. Mas esta fiscalização também é difícil. Trabalhamos com base nas denúncias que recebemos para conseguir flagrar aquela pessoa jogando o lixo em local ilícito”, acrescentou.

LOCAIS ESTÃO SENDO USADOS PARA CRIMES

Os terrenos abandonados também estão se transformando em ponto de encontro para usuários de drogas e traficantes, e palco de crimes brutais, como o que vitimou no último sábado a jovem Jussara Paulino da Silva, 22 anos, que foi estuprada e teve o corpo esquartejado e carbonizado após ser assassinada em um terreno baldio, que tem uma construção em ruínas coberta por entulho e mato, e está localizado na Rua João Medeiros, no bairro Monte Santo.

Os moradores da rua convivem com o medo dos criminosos que, segundo eles, dominam o local durante a noite. “Junta mais de 20 aí dentro desse matagal de noite, usando drogas, traficando, fazendo tudo que não presta. Um perigo enorme, principalmente pra quem chega tarde do trabalho. Muita gente já foi roubada, ameaçada por esse pessoal. Isso já dura muitos anos. Não vejo policiamento por aqui nunca”, relatou uma dona de casa que reside no local e, com medo, pediu para não ser identificada.

Segundo o subcomandante do 2° Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Gilberto Felipe da Silva, a PM realiza rondas constantes nestes locais, com focos naqueles pontos considerados mais críticos. “Não só nos terrenos baldios, os policiais entram nos prédios abandonados. As rondas são feitas diariamente. Este terreno do Monte Santo consta em nosso organograma. Mas vamos averiguar se está acontecendo negligência na vigilância para corrigir o problema, porque a nossa orientação é inclusive para priorizar as buscas em terrenos com matagal”, reforçou.

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Jornal da Paraíba

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