VIDA URBANA
Câncer de mama mata 2 mil na Paraíba
Dados são do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Publicado em 23/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:25
Dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostram que as mortes causadas pelo câncer de mama estão crescendo na Paraíba.
Entre janeiro a setembro de 1999, os tumores mataram 45. Este número saltou para 161 casos registrados no mesmo período de 2013, perfazendo uma diferença de 257,7%. Ao longo destes 12 anos e nove meses, ocorreram 2.135 óbitos por tumores nas mamas. As cidades com mais registros foram João Pessoa (705), Campina Grande (252), Bayeux (74) e Patos (71).
Para especialistas, as principais causas da mortalidade são a demora em iniciar o tratamento e dificuldade em ter acesso a exames preventivos. Esses problemas foram debatidos por mais de duas horas na tarde de ontem no auditório da ALPB, durante audiência pública promovida pela deputada e presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da ALPB, Daniella Ribeiro (PP).
Além de representantes das Secretarias de Saúde do Estado e do Município de João Pessoa, estiveram presentes parlamentares e integrantes da Organização Não Governamental Amigos do Peito.
A mastologista Eulina Helena Ramalho, uma das fundadoras da ONG, lembrou que o câncer de mama ainda é a principal causa de morte entre as mulheres e observou que a assistência ainda é deficitária na Paraíba.
“Apenas duas cidades no Estado possuem serviços de oncologia, que ficam instalados em Campina Grande e João Pessoa. O Estado prometeu a criação de um hospital de oncologia na cidade de Patos, mas ainda não cumpriu. É preciso descentralizar essa assistência”, afirmou.
Já a secretária-executiva de Estado da Saúde, Cláudia Luciana Veras, declarou que o governo assinou a ordem de serviço e a obra da Unidade de Oncologia de Patos deverá ser iniciada ainda neste ano. Ela admitiu que as mortes de câncer de mama preocupam o governo e que o tratamento ainda está disponível em apenas duas das 223 cidades paraibanas, mas destacou que a prevenção é responsabilidade também dos municípios.
“Temos 1.600 equipes no Programa de Saúde da Família no Estado, que cobrem 82% da população total. É preciso que esses profissionais cadastrem e encaminhem a paciente, assim que detectarem algum sinal da doença. Temos que permitir que essas mulheres tenham acesso aos exames. A responsabilidade é compartilhada”, declarou a secretária executiva.
Durante a reunião, membros do Amigos do Peito entregaram uma lista de reivindicações à deputada Daniella Ribeiro. O documento solicita a união dos poderes Legislativo e Executivo para melhorar as ações de combate ao câncer. Entre outras medidas, a ONG sugere maior capacitação dos profissionais da saúde sobre a doença, melhor qualidade dos exames de mamografia e melhor organização dos serviços de saúde.
As ações que foram discutidas na ALPB serão novamente analisadas amanhã durante uma audiência pública no Ministério Público Federal (MPF). O evento, que ocorrerá às 10h, vai debater principalmente o funcionamento dos mamógrafos da Paraíba.
Entre outras autoridades, foram convidados representantes das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, a médica mastologista Joana Marisa de Barros (ONG Amigos do Peito), Agência Estadual de Vigilância de Saúde (Agevisa) e o superintendente do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW).
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