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VIDA URBANA

Câncer de próstata matou 1.114 paraibanos nos últimos cinco anos

Em 2011, PB já soma 52 óbitos pela doença. O número representa 21% do total registrado em 2010, quando 245 homens morreram pela neoplasia, segundo dados da SES.

Publicado em 14/05/2011 às 8:05

Da Redação
Com Camila Alves, do Jornal da Paraíba


A Paraíba já soma este ano 52 óbitos por câncer de próstata. O número representa 21% do total registrado no ano passado, quando 245 homens morreram pela neoplasia, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Em grande parte dos casos, a doença se agrava pela falta de cuidados dos homens, que ainda não adotam medidas de atenção integral à saúde. De 2007 até abril deste ano, 1.114 paraibanos morreram pela neoplasia de próstata.

Segundo a gerente de Atenção Primária da SES, Patrícia Melo, os números poderiam ser bem menores, caso houvesse prevenção e um diagnóstico precoce. “O câncer de próstata não é letal e se for diagnosticado no início o tratamento é eficaz. Geralmente, não é necessário nem a retirada da próstata – procedimento que traz uma série de desconfortos. O problema é que o homem ainda tem uma cultura patriarcalista, machista, de achar que não precisa se cuidar e que nunca vai ficar doente. Eles não vão à unidade de saúde”, afirmou.

Patrícia também enfatizou que o preconceito, que parte da população masculina tem, é outro empecilho, principalmente em se tratando do exame clínico do toque retal, que identifica a doença. Patrícia conta que, para mudar essa mentalidade dos homens e mostrar que eles também são vulneráveis às doenças, o Ministério da Saúde lançou, em 2009, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – voltada para a população masculina de 20 a 59 anos.

Na Paraíba, a política foi implantada inicialmente nos municípios de Patos, Campina Grande e João Pessoa. “A intenção é fortalecer as secretarias de cada cidade, para que elas trabalhem junto ao público masculino, estimulando as ações de prevenção e cuidado, fazendo campanhas onde o homem é protagonista e discutindo as questões de gênero”, comentou Patrícia, acrescentando que posteriormente o projeto será estendido a todo o Estado.

Conforme a gerente de Atenção Primária da SES, o número de diagnósticos e óbitos, ainda alto, é um indicativo de que a Política de Atenção ao Homem está funcionando e eles estão procurando mais os serviços de saúde. Ela cita que, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o aumento nas taxas de incidência pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, melhoria na qualidade dos sistemas de informação e aumento na expectativa de vida do brasileiro.

Patrícia destacou, ainda, que o maior objetivo da Política de Atenção Integral à Saúde do Homem é facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde, contribuindo assim para a redução das causas de morbidade. “Vamos ampliar a rede, garantindo, por exemplo, um número maior de cirurgias de retirada de próstata e fortalecendo as políticas de atenção”, ressaltou. Em se tratando da prevenção, as Unidades de Saúde da Família (USFs) disponibilizam a dosagem do antígeno prostático específico (PSA – sigla em inglês) – exame que ajuda a detectar precocemente o câncer – e também encaminham o usuário ao urologista para fazer o exame clínico (toque retal).

Doença

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer da próstata em fase inicial tem uma evolução silenciosa e muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma. Quando eles aparecem, geralmente são semelhantes ao crescimento benigno da próstata: dificuldade miccional (retenção urinária) e aumento da frequência urinária durante o dia ou a noite. Já em uma fase avançada da doença, ela pode ser caracterizada por um quadro de dor óssea, sintomas urinários, infecções generalizadas ou insuficiência renal.

Na maioria dos casos, o tumor apresenta um crescimento lento, levando cerca de 15 anos para atingir um centímetro cúbico e acometendo homens acima de 50 anos de idade.

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Jornal da Paraíba

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