VIDA URBANA
Cândida Vargas alcança índice de 54% de partos normais em 2014
Instituto é referência em partos de risco. No Brasil, número de cesáreas atinge 84% dos partos na saúde suplementar.
Publicado em 19/01/2015 às 19:43
O Instituto Cândida Vargas (ICV), em João Pessoa, realizou 54,12% de partos normais durante o ano de 2014, contra 45,88% de cesáreas. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (19).
Os dados do hospital representam um avanço na luta contra o excesso de cirurgias cesarianas realizadas no Brasil - recentemente, o Ministério da Saúde anunciou medidas para estimular os partos normais. No país, cerca de 84% dos partos na saúde suplementar são realizados através da cirurgia. Na rede pública, o número é menor, chegando a 40%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que apenas 15% dos partos sejam realizados por meio de procedimento cirúrgico.
De acordo com o diretor técnico da área de obstetrícia do ICV, Juarez Augusto, o parto normal deve ser inicialmente a escolha de preferência e proporciona mais benefícios para a mãe e o bebê. “A cesariana, quando não tem indicação médica, ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê, aumentando em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido, além de triplicar o risco de morte da mãe", explica o obstetra. "No Brasil, cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis têm relação com a prematuridade”, revela.
Com as novas regras do Ministério da Saúde (MS) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), desde o início do acompanhamento pré-natal a gestante deve receber informações sobre os benefícios do parto normal e os riscos da cirurgia.
A partir de agora, as operadoras de saúde terão que disponibilizar informações para a gestante e orientar os médicos para uso do partograma, uma cartilha onde será anotada informações sobre toda a gestação e que deverá auxiliar o médico na hora do parto.
Benefícios
Em partos normais, a duração da internação hospitalar é reduzida, há menor perda sanguínea e há a possibilidade do início imediato da amamentação. Além disso, de acordo com Augusto,o risco de infecção é menor e taxa de mortalidade é 49% inferior.
No Cândida Vargas, 25 Doulas (do grego 'mulher que serve') atuam dando suporte físico e emocional à gestante antes, durante e após o parto. As mulheres que oferecem o suporte passam por uma capacitação de sete meses. Desde a adoção das Doulas, que acordo com o hospital, o número de cesáreas caiu de 52% para 46%.
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