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VIDA URBANA

Cantora Beth Carvalho morre aos 72 anos no Rio de Janeiro

Madrinha do Samba enfrentou por uma década problemas na coluna.

Publicado em 30/04/2019 às 18:29


                                        
                                            Cantora Beth Carvalho morre aos 72 anos no Rio de Janeiro

				
					Cantora Beth Carvalho morre aos 72 anos no Rio de Janeiro
Beth Carvalho morreu nesta terça-feira (30), aos 72 anos. Foto: Divulgação.

Faleceu nesta terça-feira (30), aos 72 anos, a cantora e compositora Beth Carvalho. Ela estava internada no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, desde o início de 2019. Segundo informações do G1, a causa da morte ainda não foi divulgada.

Com mais de 50 anos de carreira e dezenas de discos gravados, Beth Carvalho é tratada como um dos maiores nomes do samba e considerada madrinha de artistas como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Jorge Aragão – daí o apelido "Madrinha do Samba".

A cantora sofria de um problema que a acompanhava há algum tempo. Em 2009, Beth Carvalho chegou a cancelar sua apresentação no show de réveillon, na Praia de Copacabana, por causa de fortes dores. Em 2012, a cantora se submeteu a uma cirurgia na coluna. No ano seguinte, Beth foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos do Tatuapé, no carnaval de São Paulo, mas não participou do desfile já por motivos de saúde. Lu Carvalho, sobrinha de Beth, foi quem representou a tia na ocasião.

Durante sua internação no início de 2019, Beth teve que reduzir a quantidade de visitas. A informação foi compartilhada por sua filha, Luana, após um vídeo mostrar a cantora debilitada cantando deitada na cama do hospital.


				
					Cantora Beth Carvalho morre aos 72 anos no Rio de Janeiro
Beth Carvalho é tratada como 'madrinha do samba' por apoiar artistas como Zeca, Arlindo Cruz e Jorge Aragão. Foto: Divulgação.

Beth Carvalho

Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu no Rio, em 5 de maio de 1946. De acordo com o site oficial da artista, seu contato com a música foi incentivado pela família, ainda na infância. Aos 8 anos, apareceram o gosto pela dança e o primeiro violão, que ela ganhou dos avós. Após a prisão do pai no período da ditadura, em 1964, Beth passou a ministrar aulas de música.

Em 1965, gravou o seu primeiro compacto simples, com a música “Por quem morreu de amor”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Seu grande sucesso, “Andança”, é o título de seu primeiro LP, lançado em 1969.

Beth participou de quase todos os festivais de música da época. Em 1968, conquistou a terceira posição no Festival Internacional da Canção (FIC), justamente com “Andança”.

A partir de 1973, passou a lançar um disco por ano e emplacou vários sucessos como “1.800 Colinas”, “Saco de Feijão”, “Olho por Olho”, “Coisinha do Pai”, “Firme e Forte” e “Vou Festejar”. Também gravou composições de Cartola, como “As rosas não falam”, e “Folhas Secas”, de Nelson Cavaquinho.

A cantora era apaixonada pela Mangueira, sua escola de samba do coração, e pelo bloco Cacique de Ramos, onde conheceu muitos de seus apadrinhados. “Beth é inquieta. Não espera que as coisas lhe cheguem, vai mesmo buscar. Pagodeira, ela conhece a fertilidade dos compositores do povo e, mais do que isso, conhece os lugares onde estão, onde vivem, onde cantam, como cantam e como tocam”, diz a biografia publicada em seu site oficial.

Em 1979, Beth se casou com o jogador de futebol Edson de Souza Barbosa e, dois anos depois, deu à luz sua única filha, Luana Carvalho.

A cantora já fez inúmeras apresentações em cidades ao redor do mundo, subiu ao palco do Carnegie Hall, em Nova York, e até teve sua música representada no espaço sideral. Em 97, “Coisinha do pai” foi programada pela engenheira brasileira da NASA, Jacqueline Lyra, para “despertar” um robô em Marte.

Em junho de 2002, recebeu das mãos de Dona Zica, viúva de Cartola, o Troféu Eletrobrás de Música Popular Brasileira, no Teatro Rival do Rio de Janeiro. Seu 26º disco, “Pagode de mesa 2” (2000), concorreu ao Grammy Latino na categoria melhor disco de samba.

Em 2004, ela gravou seu primeiro DVD, “Beth Carvalho, a Madrinha do Samba”, que lhe rendeu um DVD de Platina. O CD, que teve lançamento simultâneo ao DVD, recebeu Disco de Ouro e foi também indicado ao Grammy Latino de 2005, na categoria “Melhor Álbum de Samba”.

Beth Carvalho foi homenageada na edição 2009 do Grammy Latino, em Las Vegas. Na ocasião, a cantora foi a primeira sambista a receber um dos reconhecimentos mais importantes do Grammy, o prêmio Lifetime Achievement Awards.

Imagem

Angélica Nunes

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