VIDA URBANA
Caps oferece um tratamento diferenciado
Prefeitura de João Pessoa possui quatro unidades do Caps e um Pronto-Atendimento em Saúde Mental, que funciona no trauminha
Publicado em 09/10/2012 às 6:00
Oferecer oportunidade de tratamento diferenciado para que pessoas portadoras de transtornos mentais e com vícios em álcool e outras drogas tenham uma vida mais digna, livre e independente, longe dos hospitais psiquiátricos, é um dos principais objetivos dos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps). Em João Pessoa, a Prefeitura Municipal (PMJP) mantém quatro unidades de tratamento, sendo duas específicas para transtornos mentais, uma para tratar vícios em álcool e outras drogas e uma para o atendimento infanto-juvenil.
O município também conta com o Pronto-Atendimento em Saúde Mental (Pasmen), para pacientes que necessitam de atendimentos urgenciais, no Hospital Trauminha, em Mangabeira.
De acordo com Ana Luiza Castro, coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cada centro tem a capacidade de atender em média 500 pessoas. “Os pacientes e famílias podem procurar o serviço de forma espontânea ou por meio de encaminhamento de um dos programas de serviços de assistência à saúde do governo municipal”, disse.
Segundo ela, quando chegam ao local, os usuários e familiares são atendidos por uma equipe multiprofissional composta por enfermeiros, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, terapeuta ocupacional, técnicos de enfermagem, arte educadores, fisioterapeutas e artesãos, entre outros. “Estes profissionais são responsáveis por desenvolver um projeto terapêutico singular de cada paciente, de acordo com os gostos e necessidades individuais, para fazer com que o sujeito seja capaz de viver socialmente”, contou.
Equilíbrio
Diferentemente de um hospital psiquiátrico, no qual as pessoas geralmente chegam em crise, com surtos psicóticos e em completo desequilíbrio emocional, com necessidade de internação para receber atendimento médico-hospitalar, no Caps o tratamento é feito no intuito de devolver aos usuários o equilíbrio necessário para retornar ao convívio social. “Nos locais que funcionam 24h existem leitos de acolhimento noturno, mas não é uma internação no sentido hospitalar. Os pacientes podem ficar até sentir que estão melhores para retomar as atividades do cotidiano”, especificou.
O tratamento dos usuários consiste na administração de medicamentos, quando necessário, e no acompanhamento psicológico e educacional. “Eles trabalham com artes em oficinas terapêuticas, participam de grupos operativos de consulta individual, terapia em grupo, música, dança, atividades físicas e muito mais. Acreditamos que essas pessoas não são incapazes e violentas, como se diz sobre o louco”, disse.
Envolver a família também é muito importante para chegar ao resultado desejado. De acordo com Ana Luiza, há reuniões específicas para os familiares, a fim de ajudá-los a lidar com a situação. Com o tempo e tratamento adequados, eles vão descobrindo novas possibilidades de viver uma vida normal.
“Alguns se aposentam devido aos problemas psíquicos, porém se redescobrem por meio de novas habilidades e voltam a se sentir capazes”, ressaltou.
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