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VIDA URBANA

Caracóis africanos se proliferam em João Pessoa e Vigilância emite alerta

Sem predadores naturais, molusco oferece risco à população. 

Publicado em 10/07/2017 às 18:53

O clima frio e o tempo chuvoso tem provocado o aumento do número de caramujos em João Pessoa. Devido ao risco à saúde, a Gerência de Vigilância Ambiental, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), emitiu nesta segunda-feira (10) alerta sobre os perigos da Achatina fulica, o caracol africano, e como proceder quando encontrar o molusco.

“É necessária a conscientização da população sobre o caramujo africano, pois neste período de chuva e umidade é facilitada a reprodução dessa espécie invasora e exótica, que pode se reproduzir também dentro das residências caso o ambiente seja favorável e não apenas em espaços públicos”, explica o gerente da Vigilância Ambiental e Zoonoses, Nilton Guedes.

A prevenção da reprodução do caramujo africano, orienta Nilton Guedes, inicialmente pode ser feita a partir da limpeza dos terrenos para evitar o crescimento de vegetação, que é o alimento do animal. “O nosso atual clima com chuvas intensas contribui para a proliferação do bicho criando ambientes úmidos. Além disso, ambientes com matéria orgânica e vegetação como os quintais e jardins das casas também favorecem o aparecimento do caracol”, completa.

As equipes de Vigilância Ambiental e a Emlur fazem a catação e o controle em prédios e áreas públicas. Em áreas privadas como casas, condomínios e terrenos, o controle é de responsabilidade do proprietário, mas a população pode acionar a Vigilância Ambiental através do número: 3218-9357 e 0800 282 7959.

A forma mais indicada para combater a espécie e que qualquer pessoa pode fazer é através da catação, que deve ser feita sempre com a mão isolada por luvas ou sacos plásticos. Em seguida o caracol deve ser afogado em um balde cheio de água com sabão.

Riscos à saúde

O Achatina fulica é hospedeiro de várias espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias como a meningite. A meningite causada por A. cantonensis, tipo de verme, começa com a ingestão do caramujo ou de muco do molusco infectado. Uma vez ingeridas, as larvas do verme migram para o sistema nervoso central e se alojam nas meninges – membranas que envolvem o cérebro. O organismo inicia uma reação inflamatória, que resulta no quadro de meningite.
Geralmente, a doença é autolimitada, pois os parasitas não conseguem se reproduzir no ser humano e morrem naturalmente. No entanto, alguns pacientes desenvolvem formas graves e o índice de mortes é de 3%. O atraso no diagnóstico é um dos fatores que contribuem para o agravamento do quadro: cada dia de dor de cabeça prolongada aumenta em 26% as chances de coma.
Caracol africano
Achatina fulica é um molusco vindo da África. Ele também é chamado de acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano ou rainha da África. Chegou ao Brasil de forma ilegal na década de 1980, no Paraná, com o intuito de substituir o escargot, uma vez que sua massa é maior que a destes animais.
Levado para outras regiões do país, a espécie não foi bem aceita pelos consumidores e proibida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), fazendo com que muitos donos de criadouros, displicentemente, liberassem seus representantes na natureza, sem tomar as devidas providências.
O caracol africano se reproduz de forma rápida e em larga escala e não possui um predador natural.
Imagem

Jornal da Paraíba

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