VIDA URBANA
Carlinhos precisa perder 100 para poder fazer a cirurgia bariátrica, afirma médico
Junta médica declara que o paraibano de mais de 400 quilos, não tem condições clínicas para suportar o pós-operatório com o peso atual.
Publicado em 10/07/2015 às 14:48
A explicação dos médicos para a prerrogativa, é que ele não tem condições clínicas para suportar o pós-operatório com o seu atual peso. Por isso, um tratamento multidisciplinar de perda de peso está sendo iniciado e a previsão é de que o processo dure pelo menos seis meses.
Em sua primeira noite de internação, ele passou bem. Foi higienizado, e manteve uma alimentação ainda não de acordo com o ideal para a perda de peso. Para dormir, foi preciso, ainda, que ele tomasse a medicação que já tomava para ficar calmo e sonolento. Então, dormiu tranquilamente.
Primeiros procedimentos
O setor de Psiquiatria realizou a avaliação inicial para tentar fechar um diagnóstico. "A priori ele tem um diagnóstico de oligofrenia e um déficit cognitivo, mas vão fazer uma avaliação maior para ver se há alguma síndrome associada", afirmou a médica Ana Caetano, que é gerente de Atenção à Saúde da unidade.
Ainda de acordo com a médica, após esse diagnóstico, uma medicação deve ser ministrada para diminuir a agitação do paciente. "Quando você vai conversar, ele só pede comida e videogame. A condição psicológica é um fator limitante e dificultador no tratamento. Já acionamos a terapia ocupacional para que ele possa se distrair e ficar menos agitado”, disse.
A avaliação nutricional feita em Carlinhos detectou que ele está acostumado a alimentações calóricas e não gosta de frutas e verduras. Por isso, por enquanto, a dieta do paciente vai continuar com um alto nível de calorias e a mudança será paulatina, em uma espécie de 'desmame', tanto em quantidade de calorias quanto em característica alimentar. “Vamos tentar reeducá-lo. Mas não pode haver mudança brusca, senão ele não vai aceitar”, explicou a médica.
Ainda nas primeiras 24 horas de internação, os setores de Endocrinologia e Cardiologia iniciaram avaliações.
Família
Sem parentes em Recife, os cuidados com Carlinhos serão reversados entre sua mãe, a dona de casa Cacilda Patrocínio dos Santos, com a irmã dele, Fabiana Santos de Freitas. “A gente vai fazer revezamentos de uma semana. Não posso ficar o tempo todo com ele porque tenho um filho de três anos”, conta Fabiana, que continua morando em Patos (PB) e voltou para a cidade ainda na noite de quinta-feira (9).
Relembre o caso
Vivendo há mais de dois anos em condições precárias, sentado no chão, sem conseguir deitar ou andar, o paraibano Carlos Antônio de Freitas, 28 anos, sofre com a obesidade mórbida e pesa 420 kg. Após conseguir uma vaga no Hospital das Clínicas, em Recife, para que iniciasse um tratamento, ele foi transferido na madrugada da quinta-feira (9) para lá.
O médico Pedro Augusto que já atendeu Carlinhos, relatou que o paciente já se submeteu a outros dois tratamentos desse tipo em João Pessoa, mas não obteve sucesso porque sofre de um transtorno mental e reage com agressividade a dietas.
Segundo relato da família aos médicos, Carlinhos sofre com a compulsão alimentar desde a infância, quando também surgiu o transtorno mental, ambos de razões desconhecidas. Ele vive com os pais e tem outros dois irmãos, mas nenhum dos familiares tem problema de sobrepeso.
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