Carteiros paralisam e deixam 200 mil cartas 'encalhadas' na PB

Cerca de 210 mil correspondências deverão deixar de ser entregues diariamente ou chegarão aos seus destinos com atraso a partir da meia-noite de hoje. O motivo é que os mais de 1.600 funcionários dos Correios e Telégrafos decidiram ontem, em assembleia, paralisar as atividades a partir de hoje em toda a Paraíba. Entre as principais reivindicações do movimento estão a retirada de direitos trabalhistas e a proposta de privatização da empresa. Os servidores também lutam por melhorias nas condições de trabalho, o que inclui a contratação de mais funcionários para uma distribuição mais eficaz das correspondências.

Durante todo o dia de hoje, o movimento fará panfletagem na praça Ponto de Cem Réis, no Centro de João Pessoa, a partir das 10h, e distribuirá uma carta aberta à população com as principais reivindicações. A estimativa do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Sintect-PB) é que no Estado haja um déficit de 200 funcionários. No entanto, a empresa diz que foram abertas 73 vagas para carteiros em todo o estado da Paraíba, no último concurso realizado em 2011, cuja validade expira neste ano. Após a seleção ter sido realizada, a empresa garante que foram chamados 210 carteiros, quase o triplo do previsto.

De acordo com nota divulgada pela direção dos Correios, desde 2011 a empresa contratou mais de 20 mil trabalhadores por concurso público, sendo a maior parte para a área operacional (carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo). As contratações, segundo estimativas da empresa, provocaram um aumento de 48% na folha de pagamento de 2014 em relação ao ano de 2011. A empresa também garante que, quando necessário, continua realizando contratações dos aprovados do concurso de 2011, que ainda está vigente.