VIDA URBANA
Casais optam por viver juntos
IBGE revela que mais de 1,2 milhão de paraibanos mantêm união estável, mas não oficializam o relacionamento.
Publicado em 05/08/2012 às 6:00
Há 7 anos, Wellington Nunes e Ana Cecília Gonçalves decidiram morar juntos, mas não oficializaram a união. Eles fazem parte do grupo de mais de um milhão de pessoas que vivem em união consensual na Paraíba, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse tipo de união teve um aumento de 55% no período que vai de 2000 a 2010.
Segundo Wellington, quando decidiu morar com Ana Cecília, os planos do casal era formalizar o quanto antes a união, com uma cerimônia religiosa e uma festa de casamento. Mas alguns contratempos impediram a concretização desse sonho. “Alguns acontecimentos acabaram adiando nossos planos”, frisou.
A compra do apartamento e o nascimento da filha (hoje com 5 anos) não possibilitaram condições financeiras para o casal firmar compromisso 'de papel passado', como dizem popularmente. “Quando surgiu a chance de comprar o apartamento, decidimos adiar o casamento. Depois, veio a gravidez. Tudo isso implicou no adiamento”, afirmou. Nesse período, o casal decidiu ir ao cartório e fazer a certidão de união estável.
Com Luciana Alves e Daniel Martins, morar juntos sem casar no civil ou religioso foi a melhor decisão para ambos. “Estamos bem assim. Não sentimos necessidade de formalizar a união, o papel não vai fazer diferença. O que realmente importa é o amor e o respeito que temos um pelo outro”, frisou. A união de Luciana e Daniel já dura 11 anos. “Apesar desse tempo todo juntos e dos conselhos que recebemos, não pretendemos casar”, revelou.
No ano 2000, conforme o IBGE, 367.058 pessoas viviam em união consensual na Paraíba; em João Pessoa, eram 72.868 pessoas que se encaixavam nessa situação. A socióloga Tânia Régia de Oliveira disse que “na atualidade existe uma liberdade maior dentro da sociedade, através das mídias, em relação à união de casais, comparada há 20 anos”. A socióloga disse também que “hoje a mulher ganhou autonomia no trabalho em comparação aos homens e isso pode ter estimulado a opção de não oficializar a união”.
Para a socióloga, até alguns anos existia um padrão de união entre homens e mulheres impostos pelos pais, que incluíam casa, família e filhos, e que com o passar do tempo, isso tem sido desassociado. “Há uma liberdade individual de escolhas, onde casais decidem viver juntos simplesmente pelo sentimento, e que para isso não é necessário oficializar a união”, destacou.
Todavia, ela ressaltou que as pessoas continuam buscando companheiros que possam compartilhar momentos da vida.
Segundo a socióloga, a aceitação da sociedade para os diversos tipos de união acontece na mesma velocidade com que a internet oferece informações acerca da união entre pessoas, independentemente de sexo, religião e classe social.
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