VIDA URBANA
Caso Rebeca: suspeito de planejar crime presta depoimento
De acordo com a promotora Artemise Leal, é preciso haver uma ligação entre o autor intelectual e o executor do crime para que seja feita uma denúncia pelo MP.
Publicado em 17/07/2015 às 10:40
A Polícia Civil ouviu na quinta-feira (16) o suspeito de ser o mandante do crime contra a estudante Rebeca Cristina, morta há quatro anos em João Pessoa. O depoimento aconteceu após pedido de novas diligências feito pela promotora de Justiça do 1º Tribunal do Júri da capital, Artemise Leal. O objetivo das diligências, segundo ela, é trazer mais indícios de envolvimento do suspeito.
De acordo com a promotora, o Código Penal determina que precisa haver uma ligação entre o autor intelectual e o executor do crime para a denúncia ser feita. “Eu só posso fazer a denúncia caso a polícia apresente alguma prova que ligue o mandante ao executor ou alguma prova mostrando uma ameaça dele à vítima, por exemplo, senão a polícia estará elegendo uma pessoa”, disse. Artemise não deu maiores detalhes sobre o depoimento.
A promotora afirmou também que quatro anos depois da morte da adolescente, a Polícia ainda não teve êxito em descobrir o executor do crime mesmo possuindo o perfil genético, através do exame de DNA.
O delegado responsável pela investigação do caso, Glauber Fontes, chegou a pedir a prisão preventiva do suspeito, mas a solicitação foi negada. “Continuaremos trabalhando para fortalecer os indícios e refazer o pedido de prisão preventiva, pois temos convicção da participação dessa pessoa no caso”, afirmou o delegado na semana passada, quando a morte da estudante completou quatro anos.
O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia nem mais informações que pudessem indicar o que motivou o crime, porém o delegado assegurou que não foi um crime ocasional, mas sim planejado. Para chegar ao nome do homem, a polícia passou mais de um ano investigando sua possível participação no crime. Como fundamentação principal do pedido de prisão, a polícia utilizou o histórico da vítima, depoimentos contra ela e a quebra do álibi utilizado por ele.
O crime
A estudante Rebeca Cristina foi violentada e morta no dia 11 de julho de 2011. A estudante tinha saído de casa às 7h para assistir aula no Colégio da Polícia Militar quando foi raptada. O corpo foi encontrado em uma matagal na Praia de Jacarapé, Litoral Sul.
O Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH-PB) protocolou o .pedido de federalização da investigação da morte de Rebeca.
De acordo com a conselheira Laura Berquó, a motivação do pedido de federalização do caso Rebeca foi o fato da investigação já ter passado por oito delegados, o que levantou suspeitas, e informações recebidas pelo CEDH-PB denunciaram que um dos envolvidos seria filho de um secretário de Estado ou de um coronel, motivo pelo qual, na opinião da conselheira, o caso está há quatro anos sem solução. “Sabemos que tem gente influente por trás que, ao descobrirem que um dos autores seria esse filho de secretário, começaram a trabalhar para impedir que os verdadeiros culpados fossem detidos”, denunciou.
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