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VIDA URBANA

Casos de hanseníase crescem na Paraíba pelo segundo ano consecutivo

Aumento nos últimos dois anos acontece em todo o território nacional e surge depois de vários anos de encolhimento da doença.

Publicado em 09/02/2020 às 12:33 | Atualizado em 10/02/2020 às 9:56


                                        
                                            Casos de hanseníase crescem na Paraíba pelo segundo ano consecutivo
(Foto: Reprodução / TV Paraíba)

Os números de casos de hanseníase registrados ano após ano na Paraíba mostram que depois de vários anos de quedas seguidas, a doença voltou a crescer no Estado, seguindo uma tendência nacional que se repete na maioria das outras unidades federativas do país. A conclusão está num levantamento publicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que atesta que nos últimos 20 anos foram detectados 14.464 casos da doença em território paraibano.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país com mais casos da doença no mundo, perdendo apenas para a Índia. O quadro é considerado preocupante porque a hanseníase é uma doença que tem cura e é de fácil detecção, mas os casos continuam sendo registrados por falta de uma política pública de tratamento do problema. Segundo a SBD, a doença afeta principalmente países com baixo índice de desenvolvimento humano.

Os dados do levantamento fazem uma retrospectiva do problema entre 1999 e 2018. E mostram que a doença esteve fora de controle na Paraíba até pelo menos 2005. Isso porque, nesses primeiros anos, o número de casos por ano só fez crescer. Pulou de 661 em 1999 para 1.037 casos detectados em 2005.

A partir de então, contudo, campanhas de prevenção e de diagnóstico precoce começaram a surtir efeito e os números começaram a baixar. Em 2006, por exemplo, primeiro ano de redução, foram 954 casos registrados. Já em 2016, foram registrados apenas 385 casos.

Foi quando os números voltaram a crescer. E depois de dois anos seguidos de alta o ano de 2018 indicou 518 novos casos. A questão é preocupante, mas ainda não significa um caso de epidemia.

“Isso não significa necessariamente uma piora repentina. Na verdade, é a prova de que a rede de atendimento buscou mais ativamente os casos para fazer um diagnóstico mais precoce. Contudo,

mostra que o volume de pessoas portadores da hanseníase ainda é significativo”, alerta Egon Daxbacher, diretor da SBD.

Em termos absolutos, no entanto, a situação paraibana nem é das piores. Os estados brasileiros em que o problema é mais grave são Maranhão (84.628 notificações em 20 anos), Pará (83.467), Mato Grosso (63.779), Pernambuco (57.355); e Bahia (52.411).

A Paraíba responde a 1,9% das detecções registradas no Brasil, visto que o país como um todo teve 768.215 casos da doença entre 1999 e 2018.

Em termos de mortalidade, o índice é considerado baixo. Ainda assim, foram 1.801 óbitos no país ao longo desses 20 anos. Na Paraíba, foram 42 pessoas mortas por causa da hanseníase.

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Jornal da Paraíba

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