Catadores de lixo têm menor renda do NE

Um estudo, coordenado por técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que a Paraíba é o Estado com o 4º maior número de catadores de lixo da região Nordeste e que 10.445 pessoas estão nesta atividade, sendo que 50,8% estão na informalidade. Os dados ainda mostram que as pessoas envolvidas na coleta e reciclagem de resíduos no Estado têm a menor renda do Nordeste, com valor médio da remuneração de R$ 391,93. Os dados foram obtidos com base no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010.

O diagnóstico do Ipea demonstra ainda que a renda média mensal dos catadores na Paraíba, em 2010, estava abaixo da média da região Nordeste (R$ 459,34) e inferior ao salário mínimo nacional, que na época era de R$ 510,00. Dentre as pessoas no Estado que declararam exercer a profissão no Censo 2010, apenas 49,2% afirmaram que contribuíam para a previdência, embora, segundo o estudo, não se tenha como saber se a contribuição era regular, os demais trabalhadores estão na informalidade.

O levantamento do Ipea ainda mostra que 66% dos catadores de material reciclável e reutilizável na Paraíba são homens e 49,9% têm entre 30 e 49 anos. Já em relação à escolaridade, o estudo mostra que apenas 15,6% dos catadores com 25 anos ou mais possuem o ensino fundamental completo.

Em João Pessoa, a coleta seletiva domiciliar, realizada porta a porta pelas associações de catadores, é feita em 31 dos 64 bairros. De acordo com a diretora do Departamento de Valorização e Recuperação de Resíduos Sólidos (Devar), Carol Estrela, os trabalhadores vinculados às associações conseguem obter em média R$ 500,00 por mês. Segundo a diretora, a maior parte dos catadores são jovens que estão desempregados e encontram na coleta uma alternativa para obter renda.