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VIDA URBANA

Celular causa dependência

Pessoas que não conseguem ficar sem o celular podem desenvolver comportamentos semelhantes aos de  viciados em drogas, diz psicólogo.

Publicado em 15/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 10/01/2024 às 16:11

Os aparelhos celulares figuram entre os presentes natalinos mais procurados pelos paraibanos. De acordo com pesquisa realizada entre os dias 17 e 29 de outubro deste ano pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado da Paraíba (Fecomércio PB), o celular figura como o segundo eletroeletrônico mais procurado, com 22,41% da preferência, atrás apenas dos que desejam comprar aparelhos de televisão (34,48%).

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2011, o Brasil contava com 115.433 pessoas que possuíam aparelhos celulares. Na Paraíba, 63,6% da população de 10 anos ou mais de idade possuía o aparelho para uso pessoal em 2011.

No entanto, o desejo cada vez maior, aliado à facilidade em obter estes aparelhos, criou uma nova doença que, segundo psicólogos, é caracterizada pela dependência da tecnologia, a 'Nomofobia', que significa "no mobile", ou medo de estar sem celular, na tradução literal.

De acordo com o psicólogo clínico Luis Amaral, é cada vez maior o número de pessoas que não conseguem ficar sem o celular nem por um instante.

Quando forçados a viver essa situação, essas pessoas entram em um estado de profunda ansiedade e angústia, seja pelo esquecimento do aparelho em algum lugar, pela falta de créditos ou com o fim da bateria.

“É fácil identificar uma pessoa que sofre com o vício porque os sinais são bem claros e atrapalham realmente as relações pessoais e profissionais. Quem sofre com essa síndrome fica muito desgastado, começa a não dormir direito e a não dar atenção à família e aos amigos por estar o tempo todo de olho no aparelho celular, que mantém ligado 24 horas por dia. E a ansiedade é clara quando o esquece em casa, por exemplo”, explicou o psicólogo.

Quando o transtorno chega a níveis extremos, Luis Amaral esclarece que os sintomas passam a ser o do sentimento de rejeição quando não recebe ligações ou quando os que estão próximos do indivíduo recebem mais ligações do que ele. Além do mais, a insegurança pode tomar conta da pessoa quando não há sinal por parte da operadora.

VÍCIO É PRÓXIMO AO DAS DROGAS

Ainda segundo o psicólogo, dependendo do grau de uso, o aparelho celular pode desencadear uma dependência química semelhante ao que ocorre com qualquer droga. “O comportamento compulsivo com o celular requer tratamento, assim como que ocorre com quem é alcoólatra, cujo acompanhamento deve ocorrer até que se alcance um limite saudável para o uso do aparelho. O primeiro passo, no entanto, é necessariamente o reconhecimento de sua condição de dependência e de como os relacionamentos pessoais e profissionais são relegados a segundo plano, causando prejuízos pessoais”, disse.

A cura para o transtorno reside, portanto, no resgate dos momentos de prazer e felicidade vivenciados nos ambientes reais e na aceitação dos estragos que a dedicação exclusiva aos contatos intermediados pelo aparelho, quer seja através de ligações ou mesmo do uso da internet e das redes sociais provocam.

“O tratamento depende da consciência da compulsividade, quando a pessoa entende a necessidade da substituição das horas que passa interagindo através do aparelho por outra atividade, seja do repertório anteriormente desenvolvidas e que não causavam prejuízo. A comunicação real, o lazer, as conversas interpessoais são utilizadas como ferramenta no tratamento da dependência e pondo um fim na atrofia cognitiva que o vício desencadeia”, conclui Luis Amaral.

CELULAR NO COMANDO

O técnico em análise de concreto Fernando Antônio Soares, de 44 anos, é, definitivamente, um viciado em celular e garante sofrer as consequências da dependência do aparelho que ele define como sendo quem comanda sua própria vida.

“Meu celular está comigo 24 horas por dia. Ele comanda toda a programação da minha vida. Quando acordo, às 6h, a primeira coisa que faço é olhar se não chegou nenhuma mensagem, ou se estou perdendo alguma informação. A ansiedade para estar sempre com ele é tamanha que, às vezes, sinto dificuldade para me desligar, para dormir e, com isso, sofro um visível desgaste psicológico. Ocasionalmente, sinto o baixo desempenho nas atividades a que preciso me dedicar e já recebi reclamações dos meus superiores no trabalho, o que pôs em risco o meu emprego. Ainda assim, não consigo passar nem um dia sem ele, como os meus filhos (de 18 e 23 anos) conseguem”, admite Fernando.

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Jornal da Paraíba

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