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VIDA URBANA

Cemitérios de João Pessoa viram palco de guerra entre facções

Assaltos, tiroteios e tráfico são alguns dos crimes registrados nos locais onde deveria reinar a tranquilidade. Até os vigilantes evitam 'visitar' algumas áreas.

Publicado em 22/11/2015 às 8:10

No meio das cruzes e das desgastadas coroas de flores, uma inscrição na parede do Cemitério Senhor da Boa Sentença, em João Pessoa, chama atenção: OKD. A sigla poderia passar despercebida, não fosse a representação de uma facção criminosa que aterroriza bairros da capital e não respeita nem mesmo o local destinado ao descanso dos mortos. A marcação de território dentro do cemitério contrasta com a tranquilidade que se espera encontrar no local, onde famílias experimentam a dor de sepultar seus pais, seus filhos e outras pessoas amadas.

Relatos de roubos se tornaram comuns no Senhor da Boa Sentença, localizado no Varadouro, quase no limite entre João Pessoa e Bayeux, Região Metropolitana da capital. A insegurança na área incomoda quem frequenta o cemitério e até mesmo os vigilantes que são escalados para trabalhar no local. “É um castigo, uma espécie de punição ser mandado para trabalhar aqui. É perigoso mesmo, essa é a verdade”, declarou um vigilante, pedindo para não ser identificado. Ele teme perder o emprego caso revele o nome na reportagem.

À medida que as horas passam, o perigo aumenta. Perigo que nada tem a ver com 'coisas do além' ou assombração do mundo dos mortos, como temem os supersticiosos. Nesse caso, o risco é real. Perto do entardecer, por volta das 17h, a recomendação é que as pessoas tenham cuidado – sobretudo ao se afastar da portaria principal. Sepultamentos em áreas periféricas do cemitério representam, para os vivos, o risco iminente de ser assaltado.

Mas a insegurança não se restringe aos casos de roubos, os quais, muitas vezes, não chegam ao conhecimento da polícia pelo simples fato de as vítimas não registrarem o boletim de ocorrência. Tiroteios entre membros de facções criminosas já deixaram vigilantes com as mãos trêmulas e o coração acelerado. “Eu tenho família, não vou me meter em confusão de bandidos”, contou, meio contrariado. Em situações como essas, os túmulos servem de escudos para se livrar dos tiros.

Um pouco distante da parte 'nobre' do cemitério, onde estão os mausoléus das famílias ricas e personalidades históricas da Paraíba, a reportagem se depara com uma porta estreita, com sinais de improviso. Um vigilante revela que a porta fica aberta a toda hora, mesmo quando, às 17h, os portões principais são fechados para o público. É através dela que usuários de drogas de comunidades próximas e criminosos têm livre passagem para o interior do cemitério.

A reportagem pediu aos vigilantes para ir até a porta, mas o alerta foi para evitar essa aproximação. Na avaliação dos profissionais responsáveis pela segurança do cemitério, a missão seria arriscada demais. “Logo que cheguei para trabalhar aqui, fui até a porta porque ninguém me falou do risco. Quando cheguei lá, fui surpreendido por homens armados dizendo que aquela área era deles. Nunca mais me aproximei”, revelou.

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Jornal da Paraíba

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