VIDA URBANA
Central desativada
Um exemplo de prédio abandonado é a Central de Flagrantes, localizada na Avenida Josefa Taveira.
Publicado em 25/05/2014 às 8:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 15:15
E o Centro não é o único bairro considerado perigoso pelos moradores de João Pessoa. Em Mangabeira, de acordo com o líder comunitário Wallace Albuquerque, apenas a Delegacia Distrital dá um apoio à população e alguns postos desativados impedem que os moradores do bairro se sintam mais assistidos.
Um exemplo de prédio abandonado é a Central de Flagrantes, localizada na Avenida Josefa Taveira. Ao lado do prédio, uma grande placa informa que a unidade deveria passar por uma reforma no mês de maio do ano passado e esta duraria 90 dias, porém, mesmo passado quase um ano após o início da reforma, o local continua desativado.
Segundo o líder comunitário, a área é uma das mais perigosas do bairro, e a presença de um prédio inutilizado revolta a população. “Nós solicitamos a instalação de um ponto para o Conselho Tutelar e uma unidade de policiamento no local, mas tudo o que vemos é um prédio inutilizado, desativado e de portas fechadas”, disse.
De acordo com Wallace, há cerca de um ano o local funcionava e tinha a presença de policiais constantemente, o que coibia a ação dos assaltantes na região. Para ele, se o local fosse reativado ajudaria os moradores a se sentirem menos inseguros e diminuiria a criminalidade no local.
O aposentado Carlos Galvão mora no bairro há 32 anos. Ele concorda com a opinião do líder comunitário e diz que não anda na avenida à noite de forma alguma, por saber dos comentários acerca da insegurança do local. “Eu sei que é morte e assalto quase todo dia por aqui. O policiamento e a única delegacia do bairro é insuficiente para um bairro desse tamanho”, opinou.
Segundo o aposentado, as declarações dos órgãos públicos são de que o policiamento da localidade é suficiente, alegação da qual ele discorda. “Eu acho aqui muito inseguro. A cobertura policial é insuficiente e eu acho que esse posto aqui seria bom para ajudar o povo a ter mais um local para onde recorrer”, acrescentou.
Além dos transeuntes, os comerciantes também relatam episódios de insegurança próximo ao posto policial fechado.
Para Gerlane Ponce Leon, gerente de uma loja de roupas em frente à Central de Flagrantes, os dias são cercados de medo, e lojistas chegam a fechar o comércio mais cedo para tentar fugir da violência. “Aqui o caso é sério. Quando essa central aqui na frente funcionava, a gente ainda se sentia mais seguro, porque tinha uns policiais por perto e tudo mais, mas agora a gente fecha até a loja mais cedo para fugir da criminalidade”, declarou.
Segundo a comerciante, além do não funcionamento do local, o policiamento de modo geral é insuficiente. “A gente trabalha com medo, anda com medo, nos sentimos muito prejudicados.
A loja que eu trabalho já foi arrombada e já sofreu diversas tentativas de assalto”, disse.
De acordo com outra comerciante do local, a proprietária da loja “Mundo das Bolsas”, Edineide Figueiredo, apesar de estar com um comércio no local há apenas três meses, a falta de segurança é notória. “Eu ouço direto o povo dizendo que foi assaltado aqui. Eu cheguei agora e já me sinto insegura. Com certeza, se abrisse esse posto de polícia nos deixaria bem mais tranquilos”, opinou.
O que diz a Polícia Militar.
A Polícia Militar se pronunciou através da assessoria de imprensa informando que os postos de policiamento militar são os pontos base das viaturas que realizam o policiamento de todos os bairros. Assim sendo, em alguns momentos os postos ficam realmente sem policiais, porém isso não quer dizer que as localidades não são cobertas por policiamento militar.
A assessoria ainda acrescentou que atualmente não existe nenhum posto de policiamento desativado. Atualmente todos estão ativados e com, pelo menos, viaturas dando suporte. Para entrar em contato com a polícia, caso os locais não possuam policiais, a assessoria informou que a população pode entrar em contato com a polícia através do 190.
Já com relação à Central de Flagrantes de portas fechadas no bairro de Mangabeira, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds) informou que o bairro possui cobertura através da 9ª Delegacia Distrital. O prédio desativado, segundo a assessoria, ainda não começou a funcionar porque o órgão está aguardando a instalação de cabeamentos e outros equipamentos necessários para que ele tenha condições de funcionar. Além disso, quando iniciar o funcionamento, a assessoria informou que o local não dará apoio à população, tendo em vista que aquela não passará de uma Central de Flagrantes.
Atualmente, os procedimentos estão todos centralizados na 9ª DD, porém a assessoria ainda informou que o local deve ser entregue nos próximos meses.
Comentários