Centros são considerados insuficientes para a demanda

O problema não está apenas na falta de centros especializados, como também na falta de integração entre Caps, comunidades terapêuticas e demais serviços de saúde, segundo apontou o presidente da Comissão de Políticas de Segurança e Drogas da Ordem dos Advogados do Brasil da Paraíba (OAB-PB), Deusimar Guedes. Ele destacou que o uso indevido de drogas está mais presente nas classes mais vulneráveis e nas mais abastadas, nos extremos.

Quem pertence a níveis sociais mais elevados não morre, dificilmente é assassinado, como acontece com os mais pobres. Isso porque, segundo Guedes, eles não ficam devendo nas bocas de fumo. “Na verdade esses jovens são filhos de pais muito ocupados e acabam vivendo sem limites”, declarou. Do outro lado, estão os usuários que ficam devendo aos traficantes, não conseguem pagar e acabam mortos.

“Há casos também de pessoas que morrem porque passaram a comprar nos concorrentes”, explicou.
Sobre os Caps AD, o presidente da comissão da OAB disse que a intenção é positiva, mas não consegue atender à demanda existente. “O problema é bem maior que a estrutura dos Centros”, afirmou. Outro ponto negativo é a falta de capacitação adequada dos profissionais que atendem os usuários. “O Caps deve ser uma porta de entrada. A partir daí o usuário deve ser encaminhado para um centro especializado, que não tem na Paraíba”, frisou.

Por fim, Deusimar Guedes destacou que é preciso, com urgência, desenvolver campanhas educativas o quanto antes com crianças para que, ao chegar à adolescência (fase considerada mais delicada), elas tenham conhecimento dos efeitos e dos males que as drogas trazem ao organismo, à vida como um todo. “Também é necessário cuidar das famílias que estão desestruturadas. Quando a família falha, o Estado tem que assumir esse papel, e isso não está sendo feito”, criticou.