Do Jornal da Paraíba
As chuvas registradas este ano na Paraíba trouxeram fartura para alguns produtores rurais e esperança para as populações atingidas pela seca. Mas também deixaram prejuízos. Um levantamento realizado pela Gerência Executiva Estadual de Defesa Civil do Estado, divulgado nesta quinta-feira (26), estima que o total de danos gerados este ano com as precipitações chega a R$ 41,6 milhões, nas 13 cidades da Paraíba mais castigadas com as enchentes.
O assunto foi discutido durante uma reunião na sede do 2º Batalhão de Bombeiro Militar (BBM) de Campina Grande. No encontro, representantes da Defesa Civil estadual, do Corpo de Bombeiros e de municípios atingidos pelas enchentes elaboraram um plano de contingência e prevenção às chuvas, que terá abrangência para 13 cidades que estão em situação de emergência na Paraíba. Entre as ações preventivas do plano estão a retirada de moradores de áreas de risco, a destinação de locais para servir de abrigo e a restauração das áreas atingidas.
De acordo com o levantamento, 97.071 pessoas já foram afetadas, desalojadas e desabrigadas nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Arara, Areia, Barra de Santana, Bayeux, Ingá, Itabaiana, Mogeiro, Natuba, Pilar, Salgado de São Félix e Santa Rita. Apenas em Natuba, a cidade que mais sofreu no período de fortes chuvas e que chegou a ficar com o acesso prejudicado no último dia 3 de maio, 7.367 pessoas foram afetadas, de um total de 10.566 habitantes da cidade, segundo último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nas 13 cidades citadas, mais de 20 mil estudantes ficaram sem aulas e 15,8 mil agricultores perderam suas produções de grãos, cereais ou leguminosas devido aos danos provocados pelas precipitações, além da cidade de Mogeiro que ficou sem assistência médica e que juntamente com João Pessoa e Natuba também tiveram prejuízos comerciais.
Reconstrução
Com obras de infraestrutura será necessário investir mais R$ 22,4 milhões para a reconstrução de estradas, pontilhões, bueiros, arrimos, passagens molhadas, pavimentação asfáltica, restauração de instituições de ensino, de saúde e residências. Apenas com vias públicas e estradas o custo chega a R$ 8,2 milhões. Nas residências populares, os danos foram superiores a R$ 6 milhões, conforme o estudo.
Segundo o coronel Rufino Tavares, gerente da Defesa Civil do Estado, dentro de 15 dias será recebido um relatório completo das dificuldades enfrentadas pelas cidades para ser colocado em prática o Plano de Contingência. “As chuvas estão previstas para até meados de agosto e temos nesta região um histórico de inundações, desabamentos, desmoronamentos, alagamentos e outros, por causa da força das águas. Para nos antecipar a isso e minimizar os danos sofridos, pedimos que cada município nos entregue um levantamento completo das áreas de risco, pessoas nestas áreas, possíveis problemas que podem acontecer e o que iremos fazer antes, durante e depois das emergências, caso aconteçam”, relatou Tavares.
Para o capitão do 2º BBM de Campina Grande, Fábio Santos, a importância da reunião é de dar celeridade ao plano. “O intuito é unir forças entre Defesa Civil, Bombeiros e prefeituras para poder definir e sanar os principais problemas decorrentes das chuvas”, concluiu. Uma nova reunião deve acontecer no próximo dia 9 de junho, na sede do 2º BBM, para apresentar os levantamentos e o novo plano.