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VIDA URBANA

Chuvas de dezembro devem melhorar situação de reservatórios

CMSE volta a descartar o risco de déficit de energia, mas operação na bacia do São Francisco continua com restrições.

Publicado em 07/12/2017 às 7:00


                                        
                                            Chuvas de dezembro devem melhorar situação de reservatórios

As chuvas de dezembro podem representar um pequeno alívio para a situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas do país. A expectativa de melhora, que difere pouco da estimativa de novembro, foi divulgada nesta quarta-feira (6) pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que voltou a descartar o risco de déficit de energia para dezembro de 2017. A exceção da previsão favorável é a Região Norte, que deve ter redução da energia armazenada.

De acordo com o comitê, a energia armazenada no final do mês de novembro nos subsistemas do país chegou a 18,7% (Sudeste/Centro-Oeste), 60% (Sul), 5,5% (Nordeste) e 16,1% (Norte) com relação à capacidade ideal dos reservatórios. Já para dezembro, os valores esperados de armazenamento, até o final do mês, são 24,3% (Sudeste/Centro-Oeste), 60,1% (Sul), 13,9% (Nordeste) e 12,0% (Norte).

Devido à previsão de queda nos reservatórios do Norte e para manter o suprimento de energia para o sistema de Manaus, o comitê decidiu manter, no ano de 2018, a geração de energia por meio das termoelétricas de Flores, com capacidade de geração de 80 megawatts (MW), e Iranduba, com 25 MW.

O comitê destacou que “está garantido o suprimento eletroenergético do Sistema Interligado Nacional (SIN), despachando o parque térmico conforme ordem de mérito de custo” e que vai continuar monitorando a situação das bacias das usinas hidrelétricas. Isto significa que o governo está garantindo o abastecimento do sistema energético com o uso adicional de termoelétricas mais baratas.

De acordo com a nota, em novembro, as precipitações apresentaram grande variabilidade espacial, com registros de “volumes próximos, em geral, às médias climatológicas de cada bacia.” Já as bacias dos rios São Francisco, Grande, Tietê e Uruguai apresentaram variações negativas.

Situação das bacias

O comitê informou ainda que as bacias dos rios Grande, Paranaíba, São Francisco e Tocantins, que juntos concentram cerca de 80% da capacidade de armazenamento do SIN, “se configuraram com o 4º pior, 2º pior, o pior e 3º pior valor do histórico no período de janeiro a novembro”. A situação da capacidade das bacias, nos primeiros dias de dezembro, melhoraram para os rios Grande e Paranaíba (respectivamente, o 28º pior e 42º pior valor histórico), mas não para o São Francisco e Tocantins (pior e 3º pior valor no período), diz o comitê.

A tendência é de concentração das chuvas, nos próximos dias, com maior volume nas bacias dos rios São Francisco e Tocantins. Ainda segundo a nota, já é possível classificar a situação atual como La Niña, e a previsão é que o fenômeno permaneça durante os primeiros meses do verão, com intensidade de fraca a moderada.

De acordo com as análises, em razão das temperaturas dos oceanos Pacífico e Atlântico, há uma maior probabilidade das chuvas dos próximos três meses ocorrerem “na categoria abaixo da faixa normal climatológica numa ampla área que inclui parte das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.”

São Francisco

A operação na bacia do Rio São Francisco continua com restrições, com manutenção da vazão mínima dos reservatórios, “com vistas à preservação dos estoques armazenados.” O CMSE disse esperar que, com a medida, será possível manter todas as usinas hidrelétricas acima de seus armazenamentos mínimos operacionais até o final do ano. “A expectativa de armazenamento ao final do mês de dezembro é de 18,9% na UHE [Usina Hidrelétrica] Três Marias e de 10,6% na UHE Sobradinho”, diz a nota.

Imagem

Josusmar Barbosa

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