VIDA URBANA
Com a prefeitura devendo, Patos fica sem serviço de limpeza urbana
Administração municipal diz que dívida é de R$ 1,2 milhão. Empresa contesta e afirma que falta diálogo.
Publicado em 14/10/2019 às 10:50 | Atualizado em 14/10/2019 às 17:23
A cidade de Patos, no Sertão da Paraíba, está sem coleta de lixo desde a sexta-feira (11). O motivo da paralisação do serviço é uma dívida que a prefeitura municipal tem com a empresa responsável pelo serviço. A própria prefeitura admite o débito, que é de aproximadamente R$ 1,2 milhão. O problema seria um efeito das constantes trocas de prefeito registradas na cidade desde 2018 .
Segundo o secretário de Finanças de Patos, Arnon Medeiros, quando o vice-prefeito Bonifácio Rocha (PPS) assumiu a prefeitura em agosto do ano passado, após o afastamento do titular Dinaldo Wanderley (PSDB), a dívida com a empresa de limpeza urbana era de R$ 1,8 milhão. Houve uma negociação e a prefeitura também decidiu mudar a forma de pagar, passando a fazer isso de forma diária. Esse modelo se manteve na gestão de Sales Júnior (PRB), que assumiu depois que Rocha renunciou, mas agora, já na gestão de Ivanes Lacerda (MDB), o Tribunal de Contas do Estado (TCE) disse que esse pagamento seria irregular e determinou que fosse suspenso.
“A empresa ficou muito preocupada, porque tem dinheiro dentro da prefeitura, três mrses atrasados de governos anteriores, mas a prefeitura disse que pagaria só no final do mês. Se a gente continua pagando diariamente a gente está pagando adiantdado, é o entendimento do TCE. A empresa entende que a gente está pagando atrasado, por conta da dívida de três meses dentro”, disse Arnon Medeiros
Por outro lado, o sindicato da categoria diz que os servidores da empresa responsável pela limpeza estão há 38 dias sem receber salário. Por isso, além de paralisarem a coleta, eles fizeram um protesto nas proximidades da prefeitura nesta segunda-feira (14).
“Temos que conversar, dialogar com a empresa para que ela retorne. Se ela não retornar, a prefeitura pode pegar uma nova empresa em caráter expcional, o que não pode é ficar sem coleta”, afirmou o secretário de Finanças de Patos.
O que diz a empresa
O diretor da Conserv, que faz a limpeza de Patos, Herbert Gomes, afirma que a dívida da prefeitura é maior do que a reconhecida pelo secretário. Segundo ele, o montante é de R$ 1,8 milhão, seria o correspondente há quatro meses de serviços prestados.
Ele explicou que apesar disso ainda tentou manter parte do serviço, mas a atuação do sindicato impediu isso. Herbert destacou que sem o repasse da prefeitura a empresa ficou sem ter como fazer o pagamento dos funcionário.
“Eu quero resolver a situação,mas está faltando diálogo por parte da prefeitura”, disse o diretor. Ele disse que tem tentado falar com o prefeito para discutir o problema, mas não tem tido as ligações telefônicas atendidas. Gomes ainda estranhou a intenção da prefeitura de contratar uma outra empresa em caráter emergencial. “Não tem como pagar uma, como é que vai pagar a outra? Isso está muito estramho”, ressaltou.
Nesta segunda-feira um caminhão normal foi visto recolhendo o lixo na área central de Patos. Os homens que estavam trabalhando no veículo estavam com a farda da administração municipal. Segundo o sindicato do setor, esse tipo de limpeza é irregular.
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