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VIDA URBANA

Com problemas de saúde, Dom Marcelo deixa mosteiro em Pernambuco

Arcebispo emérito da PB foi levado para ser tratado de uma pneumonia na casa de familiares, em Recife. Ele também tem Parkinson e Alzheimer.

Publicado em 12/02/2016 às 9:00

O arcebispo emérito da Paraíba, dom Marcelo Carvalheira, está em um imóvel pertencente a sua família na cidade do Recife, em Pernambuco, sob cuidados médicos após ter sido acometido por uma pneumonia. Segundo sua irmã, a funcionária pública aposentada Maria José Carvalheira, dom Marcelo teria saído do Mosteiro de São Bento, em Olinda (PE), há três semanas, onde residia desde sua saída do arcebispado da Paraíba, por decisão de familiares e, no momento, passa bem. Além da pneumonia, dom Marcelo ainda trata sintomas decorrentes dos males de Parkinson e de Alzheimer.

Conforme a irmã de dom Marcelo, ele teria contraído a pneumonia em novembro do ano passado e, por esse motivo, ficou internado dois dias em um hospital na cidade de Olinda com dificuldades para respirar. De lá foi transferido para o Hospital da Unimed no Recife, onde ficou 13 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outros 15 em tratamento após ser transferido para um apartamento.

Após cerca de um mês de internação, ele recebeu alta e voltou para o Mosteiro de São Bento, contudo familiares acharam melhor trazê-lo para mais perto da família.

“Ficamos acompanhando ele durante todo o tempo que ficou internado. Depois, quando ele voltou para o mosteiro, decidimos que seria melhor para ele ficar perto da família, para ter mais assistência. O mosteiro também está em restauração, o que não era bom para a saúde dele”, comentou.

Há três semanas, dom Marcelo saiu do mosteiro e passou a residir em um apartamento pertencente à família, onde segue sob acompanhamento de três cuidadores e uma cozinheira.

Segundo a irmã de dom Marcelo, ele passa bem e sua recuperação pode ser considerada muito boa. “Ele melhorou bastante nessas três semanas que está conosco. Aqui ele tem mais assistência. É melhor para a família e para ele, porque no mosteiro há mais restrições de visitas”, comentou. Apesar da melhora, a irmã revelou que as memórias do arcebispo emérito já não são mais as mesmas, devido à debilidade causada pelos males de Parkinson e Alzheimer, contra os quais luta. “Ele segue na doença dele. Tem Parkinson e um pouco de Alzheimer. Ele reconhece mais algumas pessoas mais antigas da família, não a todos. Mas está bem”, completou.

A reportagem entrou em contato com o Mosteiro de São Bento. Lá, foi direcionada a falar com dom Luís, da direção do mosteiro, contudo até o fechamento desta edição ele não pôde atender às ligações.

Dom Marcelo Pinto Carvalheira, hoje com 87 anos, nasceu na cidade do Recife no dia 1º de maio de 1928. Ele se ordenou padre no ano de 1953, em Roma, e bispo em 1975, em João Pessoa. Na Paraíba, ele foi bispo auxiliar da Arquidiocese da Paraíba, bispo diocesano de Guarabira e arcebispo metropolitano da Paraíba, cargo que renunciou no ano de 2004.

Segundo o jornalista e diácono José Nunes, autor de duas biografias concluídas e uma em fase de conclusão sobre o arcebispo emérito, em sua cerimônia de ordenação episcopal participaram 32 bispos, fato raro para aquele tempo e que demonstrava o carinho que ele desfrutava dentro da Igreja, do país e, de modo particular, no Nordeste.

Como bispo e arcebispo, dom Marcelo exerceu diversas funções bem como recebeu títulos, dentre eles o de 'Honra ao Mérito Ministro José Gregori', recebido do Egrégio Conselho Estadual de Entorpecentes (Conen), pelos serviços prestados à justiça e à cidadania do País no combate às drogas, em agosto de 2000.

'BISPO DA TERNURA'

Devido à sua trajetória, Nunes comentou que dom Marcelo Carvalheira pode ser caracterizado como 'o bispo da ternura'.

“Dom Marcelo sempre foi um pastor que esteve ao lado dos necessitados, um intransigente defensor da vida. Ele, como padre e bispo, procurou ser uma pessoa que acolhia os pobres, buscando a inclusão das famílias. Podemos dizer que ele realizou sua missão de bispo com gestos de ternura. Sendo discípulo de Dom Helder, que se caracterizou como o bispo da paz e da ternura”, dom Marcelo podemos chamar de o bispo da ternura”, finalizou o jornalista José Nunes.

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Jornal da Paraíba

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