VIDA URBANA
Com problemas, dois hospitais do interior da PB estão interditados há mais de um mês
Médicos estão sem atender desde 16 de janeiro, por causa de irregularidades.
Publicado em 28/02/2020 às 18:25 | Atualizado em 29/02/2020 às 16:06
Os hospitais das cidades de Aroeiras e Teixeira, que ficam nas regiões do Cariri e Sertão da Paraíba, estão interditados desde o dia 16 de janeiro e ainda não retomaram os seus atendimentos. As interdições foram feitas pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), que constatou uma série de irregularidades nas unidades hospitalares das duas cidades.
Ao JORNAL DA PARAÍBA, o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, disse que o órgão ainda não foi notificado pelas gestões municipais, em relação às correções que foram apontadas durante a fiscalização.
Em Teixeira, a fachada do prédio foi reformada e agora consta o termo “unidade mista de saúde”, acompanhada do nome Hospital Sancho Leite. Segundo João Alberto Pessoa, pelo que ficou constatado pelo CRM-PB, na última fiscalização na unidade hospitalar, é de que não existem condições de ser nem hospital, nem unidade mista.
“O Sancho Leite não é um hospital. Não tem internação, material de emergência, material cirúrgico, escala de profissionais, medicamentos, e quem precisa ser atendido, vai para o Regional de Patos. Se não tem itens básicos como esse, nem é hospital e nem tem condições de ser unidade mista. Em uma ocasião, recebemos a visita do prefeito de Teixeira, que pediu 180 dias para transformar o local em um hospital, mas de que forma?”, questionou João Alberto, destacando que este cenário é o que foi encontrado na visita do CRM-PB do último dia 19 de janeiro.
O prefeito de Teixeira, Edmilson Alves dos Reis (Nego de Guri), acredita que em dois meses o hospital será reaberto, mas adiantou que na próxima segunda-feira (2), estará visitando o CRM-PB para solicitar uma nova vistoria.
“Estamos reformando e ampliando o antigo hospital Sancho Leite. Infelizmente eu fiquei triste quando chegou esta notícia que era para tirar os médicos. Todos os dias tinha atendimento médico, como também ambulância. Como não pode ter médico, estamos encaminhando os pacientes para Campina Grande ou Patos. Na segunda-feira estarei no CRM, para que eles fiscalizem o hospital o mais rápido possível”, disse o prefeito, em entrevista a Rádio Teixeira FM nesta sexta-feira (28).
No caso de Aroeiras, o Conselho Regional ainda não foi notificado dos itens que foram apontados para correção, segundo o diretor João Alberto. Durante a fiscalização, no dia 16 de janeiro, as constatações foram de falta de médicos, equipamentos, além de problemas estruturais como mofo e infiltrações nas paredes. Ainda na parte médica, o CRM-PB identificou a falta de equipe médica completa, o laboratório só funcionava três vezes por semana e a unidade não tinha direção técnica.
Por telefone, a secretária de Saúde de Aroeiras, Ângela Aguiar, disse ao JORNAL DA PARAÍBA que uma reforma está sendo feita no prédio do hospital desde novembro e que a previsão de conclusão é para o período entre abril e maio. Ainda segundo ela, o prédio foi adaptado para um pronto-atendimento, que funciona 24h e atende casos de baixa complexidade. Demandas que envolvem internação estão sendo encaminhadas para as cidades de Campina Grande e Queimadas.
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