VIDA URBANA
Comunidade do Róger sem saneamento
Moradores do local não são atendidos pelo serviço e convivem diariamente com esgotos jogados a céu aberto. A água suja atrai mosquitos e insetos que costumam causar doenças.
Publicado em 20/10/2011 às 6:30
A Comunidade do 'S', localizada no Róger, conhece bem os efeitos da falta do saneamento básico. Os moradores do local não são atendidos pelo serviço e convivem diariamente com esgotos jogados a céu aberto. A água suja atrai mosquitos e insetos que costumam causar doenças. “Aqui tem muita muriçoca. Acho que é por causa dessa água toda que corre pela rua. Ainda tem um mau cheiro terrível que me faz ficar o tempo todo gripada, porque sou alérgica”, diz a dona de casa Eunice Soares Domingos.
A dona de casa Maria do Carmo da Conceição vive na área há mais de 20 anos e conta que a água usada que sai dos banheiros e cozinhas das casas é jogada diretamente em um mangue que existe por trás da comunidade. “Esse problema prejudica demais a gente, porque causa um mau cheiro muito grande. Tenho duas crianças em casa que só não adoecem porque já estão acostumadas”, lamenta.
Na comunidade, é possível ver uma tubulação que, segundo os moradores, é usada no trabalho de esgotamento sanitário. No entanto, a canalização só cruza o local, não faz ligações para as casas. “Aqui, sempre é assim: esse monte de água espalhada pela rua, que vai direto para o mangue”, completa o agente de limpeza urbana Everaldo da Silva Bandeira.
A situação é motivo de preocupação para o engenheiro sanitarista Edmilson Fonseca. Ele explica que o saneamento básico é essencial e a falta desse serviço é principal responsável por poluição do meio ambiente e por doenças como verminoses, cólera e tuberculose. Por esse motivo, as políticas públicas nessa área repercutem diretamente na qualidade de vida da população.
“Para cada real empregado em saneamento, se economiza quatro com atendimento à saúde. Estudos mostram que 75% dos leitos hospitalares estão ocupados por vítimas de doenças decorrentes de falta de saneamento básico”, disse.
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