VIDA URBANA
Corpos são trocados no Hospital de Patos; direção abre sindicância
Famílias chegaram a enterrar os parentes, que precisaram ser retirados e enterrados novamente.
Publicado em 12/05/2020 às 15:35 | Atualizado em 12/05/2020 às 17:26
O sentimento de uma família de Patos, no Sertão da Paraíba, além de dor pela morte do relojoeiro Jeová Ferreira Nunes, é de revolta. O homem de 50 anos e uma mulher, que não teve a sua identidade revelada, tiveram os corpos trocados e encaminhados às famílias para velório e enterro. Jeová morreu e a suspeita é de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
O caso aconteceu no domingo (10), no Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos. Jéssica Santos, filha de Jeová, disse que a família só ficou sabendo da troca um dia depois, após o pai já ter sido enterrado. Segundo ela, uma empresa funerária fez a remoção e enterrou, desta vez o corpo do pai de Jéssica.
“Ele morreu domingo e o enterro aconteceu às 22h. Mas na verdade meu pai ficou na pedra do hospital e trouxemos outra pessoa para sepultar. Ficamos sabendo só ontem à noite desse absurdo por terceiros e não pela direção do hospital. A assistência funerária fez a remoção do corpo que foi enterrado no lugar do meu pai, no cemitério Santo Antônio, e foi feita a troca dos corpos”, relatou.
Em nota, o Complexo Hospitalar de Patos informou que já foi aberta uma sindicância para apurar o caso da troca dos corpos e se solidarizou com as famílias dos dois mortos:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Complexo Hospitalar Regional Dep. Janduhy Carneiro de Patos (CHRDJC) esclarece que já abriu sindicância para apurar o caso de troca de corpos ocorrido em seu necrotério. Reitera ainda que segue protocolos rígidos de identificação de corpos após atestado de óbito ocorrido na unidade.
Não fugiu aos procedimentos a identificação de dois pacientes que vieram a óbito no último dia 10/05: o de uma senhora, ocorrido na área vermelha, e de um senhor, no isolamento Covid. Em ambos os casos, a equipe de Enfermagem seguiu a rotina e fez as identificações duplas, ou seja, tanto no próprio corpo, através de fitas adesivas, quanto no involucro, como determina o protocolo.
Reiteramos que a sindicância apurará os fatos até para que não pairem dúvidas sobre esse lastimável acontecimento. Também nos solidarizamos às famílias dos mortos, com a consciência que fizemos o que teve ao nosso alcance para que eles tivessem a melhor assistência em suas necessidades. Às famílias, nossa solidariedade e sentimento de pesar e à disposição para juntos descobrirmos quem gerou esse lamentável acontecimento.
Comentários