icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

Cortes no orçamento federal da educação gera impacto negativo na PB

 Cortes no orçamento federal este ano atingiram programas considerados prioritários na inclusão de crianças e jovens.

Publicado em 03/01/2016 às 8:00

Um grande prejuízo para a educação de milhares de estudantes paraibanos está passando silenciosamente despercebido da sociedade neste ano de 2015. Ele foi gerado pelos cortes no orçamento federal da educação e atingiu dois programas considerados prioritários na busca de um ensino de qualidade e na inclusão de milhares de crianças e jovens. O Programa Direito Direto na Escola (PDDE) e o Programa Mais Educação.

O PDDE, programa que garante o repasse de recursos federais direto para contas de escolas para despesas de custeio e investimentos, foi o primeiro a sofrer atrasos, e este ano, em vez de pagar os recursos em duas parcelas, como realizou em 2014, o Ministério Federal, através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), só liberou as verbas no dia 9 de novembro, quando a maioria das unidades já estava na reta final para a conclusão do ano letivo.

“Isso foi estratégico. O governo manda o recurso no final do ano letivo, criando uma dificuldade de execução para as escolas, para garantir a reprogramação dos recursos e reduzir a quantidade de verbas que terá de repassar em 2016”, explicou a secretária de Educação de Campina Grande e vice-presidente da União dos Dirigentes Municipais da Educação – Paraíba, que reúne os secretários de educação de 223 prefeituras, Iolanda Barbosa.

Com o atraso na liberação do dinheiro para ajudar no funcionamento das escolas e creches, a Prefeitura de Campina Grande foi obrigada a investir mais de R$ 1 milhão de recursos próprios nesta tarefa. A secretária de Educação garante que isso provocou um retardamento do programa de reformas e recuperação das unidades.

O diretor de gestão curricular da Secretaria de Educação de João Pessoa, Gilberto Cruz, explica que a saída para a prefeitura também foi utilizar a mesma estratégia para garantir o funcionamento das suas 95 escolas. “Foi um baque violento. Agora no final do ano, com a liberação dos recursos, foi que os gestores de escolas começaram a respirar um pouco”, avalia.

Nas escolas estaduais, a demora na liberação de recursos também foi sentida, e segundo o secretário Aléssio Trindade, o governo teve de arcar com os custos que deveriam ter sido cobertos com verbas federais. “Nós temos um PDDE estadual e através dele conseguimos realizar uma complementação que garantiu às escolas os recursos necessários para o funcionamento”.

O Ministério da Educação, através de sua Assessoria de Comunicação, se limitou a informar que os recursos do PDDE estavam previstos para serem liberados em uma única parcela e que, portanto, não ocorreu atraso. Segundo o MEC, foram beneficiadas 3.226 escolas municipais e 474 estaduais. Para 2016, ainda não existe previsão como os recursos serão liberados e quando isso ocorrerá.

Recursos do PDDE terão que ser reprogramados este ano.

A Undime Paraíba ainda não conseguiu dimensionar as perdas que as Secretarias Municipais de Educação acumularam com os atrasos na liberação dos recursos do PDDE. A entidade avalia que pelo menos 50% das escolas e creches no Estado não conseguiram utilizar todos os recursos do Ministério da Educação que foram liberados no início de novembro e serão obrigadas a reprogramá-los para o ano seguinte.

A reprogramação acontece porque as regras do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) estabelecem que quando a escola ou creche consegue investir 70% dos recursos no ano letivo em que eles foram recebidos, ela tem a permissão do Ministério da Educação para reprogramar os 30% restantes para o próximo ano letivo, e assim garante que receberá os 70% correspondente referente àquele exercício. Quando isso não acontece, o que não foi gasto fica na conta da escola e só poderá ser utilizado no ano seguinte, gerando uma perda porque aquele mesmo valor deixará de ser repassado pelo governo federal.

Para reduzir ao máximo as perdas com a reprogramação de recursos, a Secretaria de Educação de Campina Grande montou uma força-tarefa com servidores que se dedicaram a ajudar as escolas a investir os recursos e já garantiu que pelo menos 80% das suas 119 escolas e 35 creches executassem os 70% dos recursos que receberam.

'Mais Educação' com prejuízos

Uma das principais metas do Plano Nacional de Educação até 2024 é o ensino integral em 50% das escolas públicas brasileiras, o que representará um benefício para 25% de todos os alunos que estão na educação básica. Para atingir essa meta, uma das principais estratégias do governo federal é o Programa Mais Educação, que oferece financiamento para garantir a realização de várias atividades na escola no turno oposto ao da realização das aulas regulares.

Mas as dificuldades para se elevar o percentual do ensino integral aumentaram com o atraso nos repasses de verbas do programa e muitas escolas não receberam sequer a segunda parcela do programa referente ao ano de 2014. O impacto do atraso foi imediato, e segundo a secretária de Educação de Campina Grande, das 84 escolas municipais que aderiram ao programa, apenas 14 mantiveram as atividades. Só em outubro, quando foram liberados recursos, o programa foi retomado.
A secretária de Educação de Campina Grande, Iolanda Barbosa, avalia que o prejuízo para os alunos foi muito grande e a informação é que o Ministério da Educação só executará o programa em 2016 nas escolas com baixo percentual no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e focado apenas nas turmas dos 4º e 5º anos.

Nas escolas estaduais, o governo do Estado garante ter assumido os gastos do programa para evitar a descontinuidade de suas atividades. Nas unidades de ensino em tempo integral, o secretário Aléssio Trindade garante que nenhum problema foi registrado. “Conseguimos manter uma continuidade em muitas escolas mantendo o pagamento das bolsas dos oficineiros. Do ponto de vista pedagógico, não tivemos perdas porque outras áreas do ensino foram preservadas”, explicou.

Nas 95 escolas municipais em João Pessoa, o programa não teve seu funcionamento interrompido, mas foi parcialmente reduzido e foram priorizadas as oficinas de letramento, robótica, dança e judô. “Se criou na escola uma cultura em torno do Programa Mais Educação, principalmente na questão da inclusão dos alunos e não poderíamos interromper o funcionamento. Espero que não tenhamos prejuízos. Nossa avaliação é que isso não ocorreu, mas ainda estamos avaliando”, explica Gilberto Cruz.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp