VIDA URBANA
Cresce em mais de 70% número de perfurações de poços na Paraíba
Enquanto que no ano passado foram perfurados 395 poços, este ano o número subiu para 685.
Publicado em 31/12/2014 às 8:39 | Atualizado em 01/03/2024 às 16:57
Apesar de em 2014 a Paraíba ter registrado chuvas dentro da média histórica, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), a estiagem durante boa parte deste ano em várias regiões do Estado fez com que a quantidade de poços perfurados através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba (CDRM) aumentasse 73% de 2013 até este mês de dezembro. Enquanto que no ano passado foram feitos 395 poços, este ano o número foi de 685.
Esse aumento foi justificado pela direção da CDRM como determinante para que vários municípios do Sertão, Cariri, Curimataú e Brejo pudessem desenvolver atividades básicas para o cultivo da agricultura, alimentação de animais e abastecimento doméstico. Segundo Marcelo Falcão, diretor da CDRM, as prefeituras dessas localidades fazem solicitações para a liberação de recursos, e após a aprovação são feitos estudos de viabilidade para a construção do poço.
“É preciso fazer um estudo para verificar se o local onde o poço está sendo feito é viável. Alguns são secos, ou têm pouca água, por isso que é importante avaliar. Nós fazemos os testes de vazão para ver o comportamento do nível da água. Os poços onde nós encontramos água, que chamamos de positivos, custam em média R$ 18 mil cada um. Já os que não têm água, os negativos, o custo é bem menor, uma vez que ele chega a no máximo R$ 4.700”, explicou Marcelo Falcão.
Respeitando essa média de custo de cada poço, somente este ano foram investidos pouco mais de R$ 8 milhões nos poços positivos e R$ 1 milhão em poços negativos. O diretor ainda destacou que a proporção de poços onde é encontrada água é de 65% do total construído, o que segundo ele é um número aceitável, respeitando a localidade onde cada item é construído. “Onde a estiagem é mais intensa, os problemas têm sido maiores. Mas, temos conseguido encontrar água na maioria dos poços perfurados, inclusive em áreas urbanas, como fizemos no município de Desterro que estava entrando em colapso de abastecimento”, acrescentou o diretor da CDRM.
A respeito da média de chuva de 2014, o gerente da Aesa em Campina Grande, Alexandre Magno, confirmou que no Cariri e no Sertão a quantidade de precipitações foi de, respectivamente, 550 e 850 milímetros segundo registros da Agência, o que aponta números positivos, mas que não foram suficientes para reforçar a segurança hídrica do Estado. Ele ainda confirmou que até fevereiro de 2015 nenhum reservatório monitorado na Paraíba deverá sangrar pois o período vigente é de estiagem.
“No momento não há nenhum açude sangrando por conta do período de estiagem que vai até o mês de fevereiro. É um momento preocupante, mas precisamos analisar caso a caso, já que muitos reservatórios suportam no máximo quatro meses de estiagem. Este ano o que chamou a atenção foi o encolhimento do período chuvoso. Isso fez com que em muitas localidades a época de chuva fosse de no máximo dois meses e meio, o que é pouco já que a maioria dos reservatórios não comportam grandes volumes”, disse Alexandre Magno.
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