VIDA URBANA
Cresce número de imigrantes
Dados do IBGE mostram que em dez anos, o número de pessoas que trocaram seu estado natal pela Paraíba, chegou a marca de 17,34%.
Publicado em 31/07/2012 às 6:00
Em dez anos, a quantidade de pessoas que nasceram em outros Estados e que decidiram morar na Paraíba aumentou em 17,34%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número saltou de 257.100, em 2000, para 301.684, em 2010.
A quantidade de imigrantes também acompanhou o crescimento da população do Estado. Em 2000, a população paraibana era composta por 3.443.825 habitantes. Destes, 257.100 tinham a Certidão de Nascimento expedida em outros locais do país e representavam 7,4% dos moradores da Paraíba. Em 2010, esses números mudaram. A população total saltou para 3.753.633 indivíduos e, entre eles, estão 301.684 imigrantes. O percentual ficou em 8%.
Para o professor de Economia e chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas do Instituto do Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba (Ideme), Carlos Gonçalo, a procura por emprego e melhor qualidade de vida são os principais responsáveis por esse fluxo migratório. Ele explica que, até algum tempo atrás, a segurança era o fator que mais atraía as pessoas de outros Estados a fixar moradia na Paraíba, mas isso mudou.
“Hoje essas pessoas vêm em busca de melhor qualidade de vida, já que a cidade é mais tranquila, arborizada e com menos poluição atmosférica, em relação a outros grandes centros. Sem contar que ainda tem maior mobilidade urbana”, observa.
Outros fatores que atraem os brasileiros de outros Estados são a economia e a geração de emprego. Gonçalo explica que a Paraíba possui um baixo custo de vida e déficit alto de mão de obra em várias áreas do mercado de trabalho. Por conta disso, sofre com vagas ociosas, que acabam sendo ocupadas por profissionais de outras localidades do país.
“Historicamente, somos o Estado que mais exporta mão de obra.
Médicos e engenheiros se formam aqui, mas migram para outros locais, em busca de emprego. Existem muitas ações para incentivar a formação superior, mas faltam incentivos para profissional pessoal em níveis intermediários da indústria, da construção civil e da informação e tecnologia. São essas vagas ociosas que atraem profissionais de outros Estados”, analisa o pesquisador.
Foi em busca de qualidade de vida que o casal de artesãos Isolina Fernandes e Antonio Carlos Fernandes decidiu desfazer as malas e fixar moradia no município de Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa, três anos atrás.
Com o sotaque carregado, eles contam que nasceram e cresceram no Rio de Janeiro. Construíram família e adquiriram patrimônios na terra carioca, mas resolveram trocar de endereço, quando conheceram o Litoral de João Pessoa.
“Minha filha veio para cá, primeiro, para assumir um trabalho. Nós viemos, apenas passar um final de semana, na casa dela, mas ficamos encantados com as belezas do Litoral e decidimos vender tudo lá no Rio para ficar aqui de vez”, conta Antônio Carlos. “Para mim, não tem local melhor. Acho a Paraíba muito calma, hospitaleira e segura. Apesar do Rio de Janeiro ser uma cidade muito linda, não supera as belezas do Litoral paraibano. Já conheci o Hawai, o Haiti e algumas regiões do Nordeste, mas nada se compara com o que vi aqui”, acrescenta o artesão, com tom empolgado.
Já para Isolina, os principais atrativos foram a segurança e tranquilidade.
Segundo o IBGE, a maioria dos imigrantes que chegam à Paraíba é oriunda principalmente dos demais Estados do Nordeste, seguidos pelas regiões Sul e Sudeste.
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