Cresce número de multas em JP

O número de multas aplicadas por infrações de trânsito aumentou 78,12% em João Pessoa nos últimos três anos. A quantidade saiu de 64.424 registros em 2011 para 114.757 em 2013. Transitar em velocidade acima da permitida foi o principal motivo das punições durante o período. Aumento da frota e desrespeito às leis são apontadas como as causas do aumento, segundo dados divulgados pela Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob).

O excesso de velocidade apareceu no topo das infrações cometidas nos últimos 3 anos. Em 2011, a má conduta resultou em 16.900 autos de infração, o que correspondeu a 26,23% do total de multas do ano.

A quantidade de pessoas que praticaram a infração aumentou ainda mais em 2012. Foram 21.164 flagrantes, que representaram 25,19% das 84.008 notificações feitas ao longo do ano. Em 2013, a situação voltou a se repetir. Por conta da pressa, 26.155 condutores aceleraram o veículo mais que deviam e receberam multas. A infração totalizou 22,79% das multas anuais.

Segundo o superintendente adjunto da Semob, Roberto Pinto, a multa por ultrapassar limite de velocidade aumenta de acordo com pressa do condutor. Se o veículo for flagrado trafegando com velocidade de até 20% acima da permitida, a infração é considerada média. Nesse caso, ele recebe 4 pontos na carteira de habilitação e precisa pagar R$ 85,17.

Já se a velocidade estiver entre 20% a 50% da permitida, a infração passa a ser grave. Com isso, o motorista recebe 5 pontos na Habilitação e terá que desembolsar R$ 127, 69 de multa. “Agora, se a velocidade desenvolvida pelo veículo for acima de 50% daquela autorizada para a via, a infração se torna gravíssima. A pena é 7 pontos na carteira e multa de 191,54 que é multiplicada por 3. Isso acontece por conta do risco que esse tipo de infração representa contra a vida humana”, detalha.

Além do prejuízo financeiro, as infrações de trânsito aumentam o risco de mortes. No ano passado, 160 pessoas morreram apenas em rodovias que cortam a Paraíba, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O número é menor em relação aos 173 óbitos registrados em 2012.

Para o pesquisador de assuntos ligados ao trânsito, Luiz Carlos André, o crescimento das multas mostra que a punição, por si só, não é suficiente para garantir segurança no tráfego. Ele é presidente da Organização Não Governamental “Educar para o Trânsito é Educar para a Vida” e explica que é preciso investir na formação dos condutores.

“Nos países desenvolvidos, os governos investem primeiro na educação das pessoas, porque entendem que o indivíduo bem educado tem a tendência de errar menos no trânsito. Mas, aqui no Brasil, os governos acreditam que só a melhoria do trânsito é feita apenas com abertura e ampliação de vias”, comenta.

“Não basta apenas multar. É preciso educar aquele condutor para que ele não volte a cometer aquela infração. Quando se investe da forma correta, não se reduzem apenas as infrações, mas também o número de mortes, de acidentados e de gastos com tratamentos hospitalares”, completa.