VIDA URBANA
Crescem casos de hanseníase
Número de registros da doença cresceu entre 2010, 2011 e também registrou um aumento no primeiro semestre de 2012.
Publicado em 25/10/2012 às 6:00
Entre os meses de janeiro e junho deste ano, foi registrado crescimento nos casos de hanseníase registrados na Paraíba.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostram que 357 casos da doença foram notificados no período de janeiro a junho de 2011, enquanto isto, no mesmo período de 2012 foram confirmados 376 casos, o que representa um aumento de 5,3% nos casos da doença.
No ano passado também houve aumento nos casos registrados. Passando de 672 registros em 2010 para 720, em 2011, um acréscimo de 6,1%.
Nacionalmente, o estudo 'Saúde Brasil 2011' mostrou que nos últimos 10 anos houve uma queda de 26% no número de casos de hanseníase. Os dados foram apresentados durante a 12ª Mostra Nacional de Experiências Bem-sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi) do Ministério da Saúde.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado da Saúde, Mauricélia Holmes, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Estado estão capacitadas para realização do diagnóstico precoce e tratamento da doença. A SES também criou grupos de autocuidado que contam com equipe multidisciplinar, formada por fisioterapeutas, médicos e enfermeiros que se reúnem todos os meses com pacientes e seus familiares. Atualmente 1.084 pacientes fazem tratamento da doença no Estado.
Existem seis grupos de autocuidado no Estado, que ficam em João Pessoa, Cabedelo, Campina Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras. Durante as reuniões, os pacientes e familiares são orientados sobre a importância do tratamento, de manter a continuidade e também aprendem exercícios que ajudam no cotidiano dos pacientes que possuem alguma incapacidade física ocasionada pela evolução da doença. “Um dos principais desafios hoje é fazer com que as pessoas procurem os serviços de saúde e façam o diagnóstico precoce, porque a grande parte dos casos em que as pessoas apresentam alguma incapacidade, está relacionada ao diagnóstico tardio da hanseníase, que apesar de ser totalmente curável, preocupa por causa das deformidades no corpo e pode demorar até cinco anos para se manifestar", alertou.
Além de trabalhar com a capacitação de profissionais para integrar os grupos de autocuidado, o Estado também possui um serviço de referência no tratamento da hanseníase que é o Complexo Hospitalar Clementino Fraga, onde estão disponíveis médicos e distribuição gratuita dos medicamentos para o tratamento da doença. Ainda segundo Mauricélia, o índice de pacientes que abandonam o tratamento na Paraíba é considerado baixo.
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