VIDA URBANA
Criação de Unidade de Conservação Naufrágio Queimado será debatida hoje
Proposta visa preservar fauna e flora marinha do litoral paraibano.
Publicado em 04/09/2018 às 7:00 | Atualizado em 04/09/2018 às 16:46
A proposta de criação de uma nova área de proteção marinha no litoral paraibano será discutida nesta terça-feira (4). A denominada Unidade de Conservação Naufrágio Queimado compreende uma área de 422,69 km², que se margeia com parte da orla de João Pessoa e Cabedelo. O debate vai acontecer no auditório do Centro de Convenções Cidade Viva, no bairro do Aeroclube, em João Pessoa, às 19h.
O evento está sendo organizado pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), que abriu para consulta pública aos estudos realizados por especialistas e estudantes de graduação, mestrado e doutorado do Departamento de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e encaminhado à Secretaria de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia da Paraíba. A iniciativa tem como propósito dar subsídios a participação da população de forma ativa no processo de aprimoramento da proposta apresentada durante a audiência pública.
Durante o estudo mostrou um mapeamento das formações recifais e a vida marinha existente na costa paraibana. Ainda foram encontrados indícios da existência de um paleocanal que fica localizado a 20 km da praia de Ponta de Campina, em Cabedelo, onde há espécies marinhas ameaçadas de extinção, como o tubarão lixa e o peixe budião azul. Acredita-se que o local é o antigo curso do Rio Paraíba.
De acordo com Bráulio Santos, do Departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB, e coordenador das pesquisas, a criação da unidade de conservação vai valorizar a cultura da associação a pesca artesanal e a proteção do patrimônio histórico dos naufrágios. “A criação da unidade de conservação traz oportunidades de pesquisas básicas e aplicadas. Será possível também que haja uma ligação entre o Parque Estadual das Trilhas, e o Parque Estadual de Areia Vermelha. Destacamos também que a vida marinha naquela área será popularizada, levando ao público o conhecimento de toda a biodiversidade do local”, explicou.
Unidade Naufrágio Queimado
A Unidade Marinha de Conservação Naufrágio Queimado comportará uma área de 422,69 km², correspondendo a 10,2% da plataforma continental da Paraíba, visando a proteção dos corais, principais pontos de mergulho e importantes naufrágios.
O plano busca estabelecer ações concretas para reduzir a perda de espécies e serviços ecossistêmicos em nível global e desenvolver estratégias efetivas de gestão da biodiversidade. Foram estabelecidas 20 metas distribuídas em cinco objetivos, a serem atingidas até 2020.
O Navio
O Naufrágio do Queimado é uma denominação popular dada ao incidente ocorrido na costa paraibana pelo navio Erie J.N.Y. A embarcação foi construída para a American SS Co em 1867 e foi vendido a Nathaniel Winsor em 1868 e, posteriormente, vendido ao Brasil (U.S. & Brazil Mail SS Co) em 1871.
O navio era utilizado no serviço postal entre os dois países. Durante sua segunda viagem, quando seguia do Rio de Janeiro para os Estados Unidos após passar pelo porto de Recife, pegou fogo por razões desconhecidas no início da noite, acabando por afundar as duas horas da madrugada do dia 2 de janeiro de 1873, a 12 milhas da costa da praia de Tambaú.
Comentários