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VIDA URBANA

Crianças dependentes químicas vão parar no Juliano Moreira

Sem alternativa de tratamento, Promotoria da Infância de Bayeux encaminha dependentes ao complexo psiquiátrico.

Publicado em 03/09/2015 às 8:26

Crianças e adolescentes que convivem com a dependência química não possuem tratamento em Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, e estão sendo encaminhados para o Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, na capital. A denúncia foi feita pela 2ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Bayeux, Fabiana Lobo, que entrou com ações individuais pedindo ao município a internação compulsória, com custeio na rede particular, de crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos.
Segundo o Ministério Público da Paraíba (MPPB), as crianças e adolescentes dependentes de crack estão sendo encaminhados para a unidade psiquiátrica, na capital, por não haver uma unidade de tratamento e acolhimento de jovens usuários de drogas em Bayeux.

De acordo com a promotora de Justiça Fabiana Maria Lobo, os pais recorrem à promotoria em busca de socorro. Na promotoria, tramitam pelo menos 35 procedimentos envolvendo dependência química, fora os procedimentos que envolvem denúncias de consumos de drogas em espaços públicos.

Na promotoria há casos de crianças de 9 e 10 anos dependentes do crack, e que muitas vezes chegam ao extremo de vender objetos, destruir a casa e agredir familiares. Meninos e meninas que acabam inseridos no tráfico e na prostituição para poder bancar o vício da droga.

“Precisamos de uma solução, um local para encaminhar os jovens. O que fazer diante de uma situação em que a avó vem pedir socorro, pois está com o neto quebrando tudo dentro de casa e sofrendo ameaças por dívidas? Ficamos de mãos atadas porque a rede não está funcionando. Nossa alternativa é encaminhar para o Juliano Moreira, porém ele é único no Estado e não tem condições de acolher por muitos dias, tem um prazo,que é de 15 dias. Após a internação o paciente vem com o indicativo, que seria o tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps-II),que não possui estrutura”, pontuou a promotora.

Das ações impetradas pelo MPPB está a do neto da aposentada Maria Nazaré dos Santos, 74 anos. O adolescente tem 16 anos e desde os 12 anos é viciado em crack, conforme a avó. O garoto já foi internado três vezes no Juliano Moreira, onde atualmente se encontra. “Ele quebra tudo dentro de casa. Já roubou ventilador, televisão, liquidificador e até a própria roupa dele e a nossa. Ele já me agrediu porque não tinha dinheiro para droga. Eu e o avô sofremos, pois queremos ajudar e não temos como”, contou emocionada. Ela revela que uma pedra pequena de crack custa em média R$ 10,00 e já teve dia do neto gastar mais de R$ 50,00.

Segundo a promotora, a rede pública de saúde do município de Bayeux não possui um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps-AD) ou uma Unidade de Pronto Acolhimento Infanto Juvenil (UAI) capacitada para acolher os adolescentes e crianças dependentes químicos.

“Já que a rede de saúde de Bayeux está em processo de construção, estou entrando com três ações individuais pedindo a internação compulsória com custeio na rede particular, em uma clínica que ofereça atendimento médico e multidisciplinar para dependentes químicos, a critério do município", afirmou. Acrescentando ainda que "foram interpostas três ações este semestre. Sem a internação, essas crianças acabam indo para as cidades mais próximas, como João Pessoa, para roubar e sustentar o vício. É um ciclo vicioso”, ressaltou a promotora de Justiça.

Segundo Fabiana Lobo, o poder público recomenda encaminhar os menores para o Juliano Moreira apenas em situações de crise, e os demais dependentes para o tratamento ambulatorial no Caps-II. “Não funciona nesses casos. Muitas vezes o adolescente mora distante, tem problema de locomoção e da própria resistência ao tratamento clínico”, finalizou.

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Jornal da Paraíba

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