VIDA URBANA
Crianças são encontradas trabalhando no lixão em Campina Grande
MPT diz que para combater o problema é necessário ação conjunta de órgãos públicos e universidades.
Publicado em 23/09/2011 às 6:30
Georgia Simonelly
Cerca de 100 crianças e adolescentes estão trabalhando no lixão de Campina Grande, localizado no bairro do Mutirão, em situação degradante e de risco. Os números foram revelados após pesquisa realizada pelo Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Segundo o coordenador do estudo, professor Edil Ferreira, o problema do trabalho infanto- juvenil é complexo e apresenta múltiplas dimensões.
Ainda de acordo com o professor Edil Ferreira, o motivo que leva os adolescentes a se submeterem ao trabalho em condições tão adversas são de ordem social. “Eles são obrigados a enfrentar esta dura realidade, devido a sua situação social, que é extremamente precária, inclusive se afastando do ambiente escolar”, disse.
Segundo Marcos Antônio Ferreira procurador do Ministério Público do Trabalho, para combater esse problema é necessário uma atuação conjunta de órgãos públicos, além de outras instituições como universidades, por exemplo. “Devemos elaborar, através de uma reflexão profunda, políticas públicas para acabar com o ciclo vicioso de miséria que cerca esses jovens”, afirmou Marcos.
Com o objetivo de discutir a problemática do trabalho precoce no lixão da cidade e elaborar ações de enfrentamento para essa realidade, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), Conselho Tutelar, Procuradoria do Trabalho e Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) organizaram o 1º Seminário do Trabalho Precoce no Lixão, que foi iniciado ontem, e acontece até hoje, no auditório do curso de psicologia da UEPB.
No município, de acordo com Maria Auxiliadora Silveira, representante do Semas, a prefeitura mantém dois programas de combate ao trabalho infantil, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e o Programa Ruanda. O Ruanda é formado por 30 profissionais que atuam no enfrentamento dessa situação, abordando crianças nos semáforos das ruas centrais e encaminhando-as para serviços de educação e saúde. “O programa atende a 60 crianças e adolescentes, através de um trabalho de acompanhamento permanente”, contou.
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