VIDA URBANA
Cristãos paraibanos relembram a ressurreição de Cristo neste domingo
Arcebispo conta que cristianismo nasceu exatamente da centralidade de Cristo e que a importância da Semana Santa está em viver a vida em comunhão com Deus e com o próximo.
Publicado em 04/04/2010 às 9:47
Camila Alves
Especial para o JP
Domingo pascal, dia da ressurreição de Jesus Cristo. Hoje, cristãos do mundo inteiro relembram a paixão, a morte e, principalmente, a ressurreição do Mestre. Para os católicos, no entanto, a comemoração dessa data começou desde o domingo passado, com o início da Semana Santa. Conforme o arcebispo da Arquidiocese da Paraíba, dom Aldo Pagotto, “esta semana reproduz o que é o centro da vida cristã, o mistério da morte e da ressurreição de Cristo”.
O arcebispo conta que o cristianismo nasceu exatamente dessa centralidade de Cristo e que a importância da Semana Santa reside em nós vivermos a vida em comunhão com Deus e com o próximo. Durante toda essa última semana, a igreja realizou uma série de eventos já tradicionais, como a ‘Cerimônia de lava-pés’ e a ‘Vigília pascal’, que ‘revivem’ os acontecimentos da vida de Cristo durante a última semana de seu ministério terreno.
“Nós revivemos nesses rituais, na devoção popular, as procissões, o teatro, a ‘Paixão de Cristo’ e o significado dela, que é a superação da morte, sofrimento, dor e tudo aquilo que causa infelicidade ao ser humano. Daí então a reconciliação, o perdão das nossas dívidas, culpas, desencontros e mágoas”, frisou. O arcebispo explica que a Semana Santa começa no Domingo de Ramos (domingo passado), data em que Jesus entra na cidade de Jerusalém aclamado pela população que estendia seus mantos e mãos com ramos de árvores e palmeiras no sentido de recepcioná-lo. “Ele é aclamado como rei, mas não de impérios, e sim de amor”, destaca.
Na Quinta-feira Santa acontece a ceia pascal, quando Cristo se reúne com seus apóstolos e lava os pés deles, representando, conforme dom Aldo, que Sua missão é tirar a sujeira e a maldade do mundo. Ele lembra ainda que na ocasião Jesus instituiu o sacramento, falando aos apóstolos que eles deveriam comer o pão em lembrança de Seu corpo e beberem o vinho, naquela época, em lembrança de Seu sangue. “Essa simbologia é a instituição do alimento espiritual, é o modo como nós entendemos de reviver esse perdão”, explica o arcebispo.
Na sexta-feira é relembrada a morte de Jesus, o calvário e os passos da paixão, enfim, tudo que ele passou: julgamento, humilhação, crucificação e morte. “Morte que Jesus faz símbolo de amor. Neste dia celebramos o perdão universal”. No sábado e domingo (hoje) é feita a ‘Vigília pascal’, onde através da leitura relembra-se toda a história da Bíblia. A que relata a criação do homem e a história do povo hebreu, conta dom Aldo.
Espíritas
Para os espíritas, no entanto, não existe Semana Santa, como explica a vice-presidente da Federação Espírita da Paraíba, Giselda Carneiro. “Essa Semana Santa é da igreja católica e é uma rememoração de uma festa judaica”. Conforme Giselda, os judeus realizam várias festas comemorativas durante o ano como a Páscoa, a festa dos tabernáculos e a festa de pentecostes; todas com duração de uma semana. “A igreja tirou isso do judaísmo. A palavra Páscoa significa libertação; era a comemoração da saída dos hebreus do Egito para a terra da promissão”, disse ela, acrescentando que todos os anos os judeus faziam essa comemoração.
“Para nós, cristãos, a libertação representa libertação espiritual que foi trazida por Jesus. Ele veio ao mundo e não se submeteu a nenhum desses rituais que existiam no judaísmo, apenas comparecia e aproveitava para transmitir seus ensinamentos”, afirma, acrescentando que Ele reprovou todas as tradições antigas. “Nós, espíritas, falamos da ressurreição de Jesus e preferimos cultuar o Cristo ressurreto”, explica.
Giselda destaca ainda que se o Mestre ressuscitou significa que ele tinha poder sobre aquele corpo sepultado e que ele retornou e mostrou aos discípulos Seu corpo ressurreto, que era o mesmo de antes da morte, tendo inclusive as marcas da crucificação. “Jesus não morreu, ele passou por aquele processo para mostrar que venceu a morte”.
Evangélicos
Para o pastor Estevam Fernandes, da Primeira Igreja Batista de João Pessoa, a Páscoa, juntamente com o Natal, são as principais festas do cristianismo, tanto na vertente Católica como na Evangélica. “A Páscoa é a festa dos cristãos. Ela representa a mais alta celebração que é a ressurreição de Cristo”, reforça.
Conforme o pastor, para os cristãos evangélicos o principal evento dessa data é o domingo da ressurreição e em todo mundo evangélico ele é celebrado em família.
Sobre o significado da palavra Páscoa, o pastor conta que é “passagem” e que a utilização do termo teve início no Egito antigo, quando Moisés tirou o povo hebreu do domínio de faraó. “É por isso que para os cristãos ela é a passagem da morte para a vida e da escravidão para a liberdade”, completa.
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