VIDA URBANA
CRM denuncia falta de anestesistas no Trauma
Segundo órgãos, escala de plantões vem sendo preenchida de forma precária e incompleta. Direção do hospital contesta.
Publicado em 25/07/2014 às 14:56
A rescisão do contrato entre a Cooperativa de Anestesiologistas da Paraíba (Coopanest) e o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, vem causando problemas no atendimento dos pacientes que procuram a unidade hospitalar. A denúncia foi feita através de nota publicada na imprensa pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).
De acordo com o CRM, com a rescisão do contrato, ocorrida por força de decisão judicial, "a escala de plantões vem sendo preenchida de forma precária e incompleta, causando sérios riscos à população". Segundo o CRM, as escalas deveriam ter, no mínimo, quatro anestesiologistas, mas, na maioria das vezes só existem três e em determinados horários chega a ter apenas um.
O presidente do CRM-PB, João Medeiros disse que o Conselho tem recebidos várias denúncias de pacientes e médicos, relacionadas à falta de anestesiologistas no Hospital de Trauma. “São constantes as denúncias de pacientes em estado grave que ficaram esperando, até em cadeiras, para serem atendidos porque não tinha anestesiologista disponível. O mesmo ocorre por parte dos médicos cirurgiões, que nos comunicam que estão com cirurgias para fazer, mas que faltam profissionais para aplicar a anestesia”, afirmou.
Uma das soluções apontada pelo CRM para resolver o problema é a nomeação dos 64 profissionais aprovados no último concurso realizado pelo Estado. João Medeiros destacou que a situação será o assunto de uma reunião marcada para a próxima segunda-feira no Ministério Público.
A versão do Trauma
O diretor técnico do Hospital de Trauma, Edvan Benevides, rebateu as afirmações do CRM. Ele contesta a declaração de que a situação do Trauma é preocupante. Segundo o diretor, desde o último dia 11 de junho, seguinte ao encerramento do contrato com a Coopanest, o hospital está operando com escala própria, com uma média de cinco anestesiologistas durante o dia e de até quatro durante à noite. "Não há nenhum momento que fique apenas um profissional. Além disso, temos a preceptoria médica de residência em Anestesiologia, e ainda fazemos uma escala complementar com médicos de fora, porque os que contamos do Estado não é suficiente”, declarou.
Benevides ressaltou que fez um convite pessoal aos 54 anestesiologistas cooperados que atuavam na unidade para a realização de um contrato individual com o Trauma, em regime celetista, mas de todos, apenas seis aceitaram a proposta.
Sobre os aprovados no concurso, ele explicou que a quantidade atende uma demanda estadual, e não somente para o Trauma. "70% deles irão para os hospitais de Campina Grande e do interior do Estado e somente uma minoria ficará em João Pessoa", afirmou.
O presidente da Coopanest, Azuil Vieira, confirmou que o contrato com o Hospital de Trauma foi encerrado no dia 10 de junho deste ano e disse que quando o contrato estava vigente, 12 anestesiologistas trabalhavam na unidade de saúde diariamente.
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