Cuidados com os bichos

Mais de mil animais silvestres que foram vítimas de maus-tratos praticados por pessoas estão atualmente em recuperação no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). O serviço, ligado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), funciona na Mata do Amém, às margens da BR 230, no trecho que dá acesso ao município de Cabedelo, na Grande João Pessoa. Entre os animais, há jacarés, papagaios, macacos, araras e jabutis que foram apreendidos em locais proibidos ou entregues voluntariamente pela população aos policiais florestais e equipes ambientais.

“Muitos bichos são entregues também por pessoas que não querem mais os criar. Quando chegam ao Cetas, os animais passam por uma avaliação de veterinários e biólogos. Alguns chegam em estado lamentável, com muitos ferimentos e até mutilados. São tratados e após a recuperação, são devolvidos à natureza”, explica o assistente administrativo do Ibama, Igor Oliveira.

No Cetas, os animais são abrigados em recintos, onde recebem alimentação, tratamento veterinário e assistência de biólogos. A área é reservada e apenas funcionários do setor podem se aproximar dos bichos, já que a presença de visitantes e de pessoas estranhas podem causar pertubação e estresse nas espécies.

De acordo com Igor Oliveira, os animais permanecem no local pelo tempo que durar o tratamento. “A permanência no abrigo é provisória e dura o tempo necessário para a recuperação total do animal. Quando se recuperam, eles são soltos e devolvidos à natureza”, explica.

No entanto, nos casos em que os animais estão muito debilitados e não possuem mais condições de viver livremente em seu habitat, o procedimento é diferente. Após recuperar a saúde, esses animais são doados a parques e zoológicos ou a criadores cadastrados pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema).

“O Cetas é um núcleo ligado ao Ibama, criado com a finalidade exclusiva de abrigar e tratar os animais provisoriamente. Ele fica na Mata do Amém, com características de restinga para facilitar a adaptação dos animais, já que o local é amplo e cercado por vegetação”, destaca Igor Oliveira.